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Ponta Grossa – A Corregedoria da Polícia Civil investiga mais um caso de agressão a presidiário cometida na delegacia de Laranjeiras do Sul, na região Sul do Paraná. O consultor de informática, Aldren Marco Lopes, 25 anos, foi preso em outubro de 2005. Ele acusa policiais civis de espancamento. Na mesma delegacia, em dezembro de 2005, Maicon Antônio Minski, 18 anos, apareceu enforcado numa cela e a suspeita é de que o suicídio tenha sido forjado após agressões cometidas por policiais.

Lopes mora em Sorocaba, no interior paulista, e lembra com detalhes o que transcorreu entre os dias 8 e 14 de outubro de 2005. Ele e um primo viajavam de motocicleta com destino ao Paraguai, a passeio, quando pararam no posto da Polícia Rodoviária Federal da BR-277 para dar queixa de um estrago causado na moto por conta de um buraco na pista. "Como a rodovia é pedagiada, fomos reclamar nossos direitos", afirma.

Ele conta que os policiais não o receberam bem, mas os isenta de agressão, embora frise que foi agredido por "homens bem vestidos" que chegaram ao posto.

Lopes não soube identificar onde trabalhavam os agressores. A acusação, recorda a vítima, era de que ele havia roubado a máquina fotográfica de um policial rodoviário. "Nunca peguei nada de ninguém", sustenta. O primo não foi preso porque a máquina teria sido encontrada nos pertences de Lopes. Na delegacia, as agressões tiveram início porque os policiais civis o acusaram de estar pilotando uma motocicleta roubada. "Quando consegui um advogado é que foi provado que a moto era minha mesmo", acrescentou. Ele também provou que não havia roubado nenhuma máquina fotográfica.

Só após ser solto, ele pôde realizar o exame de corpo de delito, direito que lhe foi negado enquanto esteve na carceragem, mas as marcas já estavam mais fracas. "Foram horríveis os dias em que passei preso. Apanhei até de taco de beisebol", conta Lopes. No mesmo ano, ele ingressou com pedido de investigação na Corregedoria. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Segurança Pública, o caso ainda está tramitando, quase um ano e meio depois, na Corregedoria de Área Centro, em Guarapuava. Lopes diz não se recordar dos nomes dos policiais que o agrediram e completa que não pretende voltar ao Paraná. "Um dos maiores pesadelos é ser injustiçado", lamenta.

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