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Gilmar Reolon foi localizado na mata, onde vivia havia três anos | 21º Batalhão da PM/ Divulgação
Gilmar Reolon foi localizado na mata, onde vivia havia três anos| Foto: 21º Batalhão da PM/ Divulgação
  • Fogão improvisado por Reolon na mata de Francisco Beltrão
  • Pela manhã, polícias voltaram ao local onde Reolon se escondia, para investigações
  • Após a prisão, polícia reconduziu Reolon à mata, na manhã desta sexta-feira
  • Reolon ao ser preso e antes de cometer os crimes
  • Reolon foi apresentado à polícia nesta sexta-feira
  • Bovino morto por Reolon; casa incendiada pelo acusado; e local onde ele se escondeu após os crimes

O foragido acusado de ser responsável por um dos crimes mais impactantes já vistos na região de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, está atrás das grades. Gilmar Reolon, de 46 anos, confessou ter assassinado a própria família, dias depois de ter matado o pai. Ele também teria executado uma adolescente. Há três anos, o acusado vivia escondido em uma área de mata, na localidade de Rio Tuna, em Francisco Beltrão.

Reolon foi apresentado à Polícia Civil na madrugada desta sexta-feira (11), pelo irmão e por um policial militar, que afirmaram ter localizado o fugitivo durante buscas na mata. O delegado David Ricardo de Andrade Passerino desconfia das condições em que ocorreu a prisão e vai investigar se o irmão dava cobertura a Gilmar Reolon.

Os crimes

O acusado prestou depoimento ao longo da tarde desta sexta-feira e deu detalhes à polícia dos crimes que cometeu. Segundo o delegado, Roelon confessou ter matado o pai, Otávio Roelon, que tinha 69 anos, no fim de dezembro de 2009, em Enéas Marques, município vizinho a Francisco Beltrão. Para matar o pai, o acusado utilizou uma máquina roçadeira. "O crime foi cometido por vingança. Gilmar Reolon disse que, quando tinha 12 anos, o pai fez uma coisa muito ruim a ele. Ele não revelou que coisa foi essa", relatou Passerino.

Dias depois de ter assassinado o pai, em 7 de janeiro de 2010, Gilmar Reolon cometeu a chacina que chocou a região. Ele executou a pauladas a própria família, também em Enéas Marques. Foram assassinados a mulher, Gema Casanova, que tinha 43 anos, os filhos Gisele e Lucas Reolon, de 14 e de 9 anos, e a sogra Petrolina Casanova, de 84 anos. "Ele alega que matou a família, porque temia ser preso e que, com isso, a família passasse fome. Mas esta é a justificativa dele", disse o delegado.

Após cometer o crime, Reolon tentou suicídio, dirigindo um carro até cair com o veículo dentro de um rio. Como saiu com vida, ele retornou à casa da família e ateou fogo no imóvel. Em seguida, fugiu para uma área de mata, onde passou a viver. Reolon relata que tentou se matar outra vez, mas a corda com a qual tentou se enforcar teria arrebentado.

Dias depois de ter matado a família, Reolon cometeu mais um homicídio. Ele disse à polícia que perambulava pela área rural de Enéas Marques, quando encontrou uma casa com a porta aberta. Ele entrou na residência para pegar comida, mas foi visto por Indianara Pereira dos Santos, de 13 anos. Com medo de ser denunciado, ele matou a menina.

Fuga e prisão

Reolon era procurado desde o fim de 2009. A Justiça da Comarca de Francisco Beltrão chegou a expedir um mandado de prisão contra ele pelo assassinato do pai. Nos últimos três anos, Gilmar Reolon diz ter vivido em uma área de mata fechada, em Francisco Beltrão. A Polícia Civil desconfiava que o foragido estivesse morando naquela região, principalmente porque ao longo do ano passado 16 cabeças de gado foram furtadas de sítios e abatidas na mata.

"Apenas um pedaço da carne, que daria para um homem se alimentar por alguns dias, era retirado. O restante da carcaça do animal era abandonado no mato", disse o delegado.

O cerco a Gilmar Reolon estava se fechando. Na quinta-feira (19), a Polícia Civil promoveu uma reunião na Associação Comercial da cidade para traçar uma força-tarefa visando capturar o foragido.

"Eu desconfio da versão de que o irmão [de Gilmar Reolon] e o policial militar o encontraram em buscas", declarou o delegado. Nos próximos dias, a Polícia Civil pretende investigar se o irmão de Reolon – que não teve o nome divulgado – ou outras pessoas favoreceram o foragido, ajudando a escondê-lo. O policial militar que apresentou o acusado também será investigado.

"Suspeitamos que o irmão [de Gilmar Reolon] sabia onde ele estava. O policial é compadre dele. Há a suspeita, então vamos investigar a partir da próxima semana", informou o delegado.

Veja fotos da prisão de Gilmar Reolon

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