• Carregando...

O irmão do prefeito de Curitiba Beto Richa, José Richa Filho, defendeu-se da acusação do governador Roberto Requião de que teria sido ele, ao lado do ex-ministro Euclides Scalco, que teria forjado o pagamento de cerca de R$ 10 milhões do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Este pagamento, segundo o governador, teria sido desviado para a campanha de Richa em 2002.

Nesta quinta-feira, o governo do estado publicou no seu site oficial, um documento datado em 30 de dezembro de 2002 no qual aparece a assinatura de Richa Filho na ordem de pagamento - sete anos após a conclusão da obra.

Em entrevista ao Paraná TV, José Richa Filho disse que aprovou o pagamento do DER para a empreiteira DM assim como os demais diretores do órgão - na época, em 2002, o irmão do prefeito era diretor administrativo do DER. Richa Filho diz ainda que o pagamento de R$ 10 milhões à DM foi autorizado pelo Ministério Público, Justiça e pelo presidente do Tribunal de Contas do Paraná, na época Rafael Iatauro, que hoje é chefe da Casa Civil do governo Requião.

"Se o governador tem alguma dúvida (sobre o possível desvio de verba) ele (Requião) tem uma pessoa ao lado que pode esclarecer qualquer dúvida. Seguramente o governador sabe que não houve irregularidade nenhuma neste processo", diz.

O governo do estado entrou na justiça em 2003 pedindo a devolução dos R$ 10 milhões aos cofres do estado, alegando que a obra já estava paga. A obra em questão é a duplicação da BR-376 - que liga Curitiba a Garuva.

Quase quatro anos depois, o processo que está na 2º Vara da Fazenda Pública ainda não produziu provas. De acordo com o procurador-geral do estado, Sérgio Botto Lacerda, houve um pedido de rastreamento e devolução do dinheiro, já que, segundo Botto, é do cidadão do Paraná. "O dinheiro foi parar nas mãos da empreiteira por um acordo no mínimo bastante estranho", disse.

Este acordo, segundo a acusação de Requião, teria envolvimento de Richa Filho e Scalco. Na terça-feira, durante a reunião de secretariado, o governador afirmou que os R$ 10 milhões foram repassados do DER para a campanha de Richa, em 2002, através da empreiteira.

Requião teria sabido do envolvimento de Richa Filho e Scalco através de uma conversa com o presidente da DM, Darci Fantin. Entretanto, Fantin divulgou uma nota em que nega ter falado sobre o assunto com o governador. No mesmo dia, na terça-feira, Requião recebeu um oficial de justiça que entregou uma intimação para que ele compareça no próximo dia 26 numa audiência para responder a um processo movido pela publicitária Cila Schulmann - outro alvo das acusações de Requião - que integrava a equipe da campanha de Richa.

Rafael Iatuaro não foi encontrado pela produção do Paraná TV para comentar o assunto. A publicitária informou apenas que nunca cuidou do dinheiro da campanha de Richa e que a história de Requião é mentirosa. Além dela, o prefeito Beto Richa e o ex-ministro Euclides Scalco já adiantaram que vão acionar Requião na justiça.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]