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Unfried: antecedentes criminais e prisão em flagrante | Márcio Aurélio/Folha do Litoral
Unfried: antecedentes criminais e prisão em flagrante| Foto: Márcio Aurélio/Folha do Litoral

E o "monstro" pode ser inocente...

Uma confissão e um exame de balística provocaram nova reviravolta na investigação do crime do Morro do Boi e colocaram em xeque a versão da polícia para o caso. Paulo Delci Unfried, preso na quarta-feira passada, depois invadir uma casa e violentar uma mulher no balneário de Betaras, em Matinhos, no Litoral do estado, confessou ontem ter matado o estudante Osíris Del Corso e balear a namorada dele, Monik Pergorari Lima, no dia 31 de janeiro. O exame de balística feito no revólver 38 encontrado com Unfried confirmou que a arma é a mesma usada no crime.

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O vigia Paulo Delci Unfried tentou se enforcar na cadeia de Matinhos pouco antes de confessar a autoria do crime do Morro do Boi, no qual Osíris Del Corso foi morto e Monik Pegorari Lima sofreu violência sexual. Unfried tem 32 anos, é casado, tem um filho e mora a 300 metros do local do crime, ocorrido em 31 de janeiro. Ele vive de bicos como pedreiro, carpinteiro e eletricista. Unfried responde a inquérito por homicídio culposo, por ter atropelado e matado um motociclista, e já havia sido preso por porte ilegal de arma há dois anos.

Unfried passou pelo menos três dias rondando o balneário de Betaras antes de praticar o assalto e o estupro que o levariam para a prisão. Na manhã de terça-feira, dia 23, bateu na porta de uma residência pedindo um copo de água. "Estou vindo a pé de Guaratuba", disse para a dona da casa, que não quer se identificar. "Caminhar faz bem para a saúde", respondeu ela. Unfried devolveu o copo, não falou nada e saiu. Ele seguiu a pé até o fim da quadra olhando as casas em volta, deu meia volta, passou novamente por ela e foi embora. Agora, depois de tudo o que aconteceu, ela conclui: "A vítima seria eu".

À noite ela comentou com o marido sobre a semelhança do estranho com o retrato falado do crime do Morro do Boi, e fez a descrição dele ao vizinho Marcelo Coradin, que é guarda municipal: alto, forte, branco, meio calvo, calça jeans, camisa polo. Disse ainda que um Gol vermelho rondava o balneário havia alguns dias. Na manhã seguinte, por volta das 10h30, a mulher de Coradin viu o mesmo sujeito espiando pela janela da vizinha. Ao percebê-la, Unfried fugiu e meia hora depois invadiria outra casa junto com um comparsa, a algumas quadras dali, onde furtaria alguns objetos e estupraria uma mulher.

Unfried invadiu a residência, dominou a proprietária e amarrou-a no quarto. Depois de três horas na casa e de ter violentado sexualmente a vítima, saiu com vários objetos, entre eles um videogame. Somente às 13h30 a mulher conseguiu se soltar e telefonar para a PM.

Uma semana antes, outra mulher sofreu assalto em casa, no vizinho balneário de Monções. Ela foi trancada no banheiro, por um bandido que usava máscara preta, e não foi molestada sexualmente. Dias depois ela reconheceu a máscara e uma das armas de Unfried.

Na quinta-feira, Coradin foi se vacinar contra a gripe no quartel da PM quando soube da ocorrência do dia anterior e da suspeita de um carro vermelho. Imediatamente o guarda municipal lembrou que sua mulher havia anotado a placa do veículo. Ele iniciou um trabalho conjunto com o Serviço Reservado (P-2) da PM e por volta das 10h30 encontraram o carro estacionado no balneário de Gaivotas. Sem perceber a presença dos policiais à paisana, Unfried chegou, pôs algo no porta-malas e saiu. A certa altura percebeu que estava sendo seguido, tentou fugir, mas foi cercado e preso.

Dentro do carro foram encontrados materiais roubados, um revólver calibre 38, uma garrucha calibre 22, uma camiseta preta com três buracos (para os olhos e nariz) que ele improvisava como máscara nos assaltos. A estatura de Unfried (1,90 metro) facilitou a identificação pelas vítimas.

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