O adolescente de 16 anos suspeito de participar da morte do médico Jaime Gold, de 57 anos, prestou depoimento no Fórum Regional da Leopoldina, na Vara da Infância e Juventude, na tarde desta segunda-feira (25). Ele, que tem 15 registros de roubo e furto, foi ouvido pela promotora Luciana Benisti. A mãe do garoto chegou acompanhada de três advogados, que farão a defesa voluntariamente, mas saiu por volta das 15h30m sem falar com a imprensa. O depoimento durou cerca de uma hora e 20 minutos.

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Segundo o advogado Alberto Junior, o adolescente nega ter cometido o crime. Ele continuará apreendido pelo Departamento de Ações Socioeducativas (Degase) por descumprimento à medida socioeducativa de um outro ato infracional.

O Ministério Público do Rio (MPRJ) informou que a 2ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude em Matéria Infracional vai oferecer representação à Justiça, ainda nesta segunda-feira, com requerimento de internação provisória, contra o adolescente. A representação é por ato infracional análogo ao crime de latrocínio. O teor do depoimento do adolescente, ocorrido na tarde desta segunda-feira, não pode ser divulgado, segundo o MPRJ, porque o processo corre em segredo de Justiça.

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Após decisão judicial sobre pedido da internação provisória e recebimento da representação, o processo tem prazo de 45 dias para ser julgado. Somente após sentença, poderá ser decidida a medida socioeducativa a ser adotada.

O jovem foi apreendido na quinta-feira, dia 21, e confessou à polícia que costumava praticar roubos de bicicleta na Lagoa, na região onde o médico foi esfaqueado. Em cinco das 15 anotações constam o uso de metal cortante, como tesoura e faca. O rapaz, no entanto, negou participação no ataque ao médico, ocorrido na noite de terça-feira, mas a polícia tem convicção do envolvimento dele no ato, classificado como “bárbaro e cruel” pelo titular da Divisão de Homicídios, delegado Rivaldo Barbosa.

“Estamos certos de que o adolescente participou efetivamente do crime, já que as provas mostram e a testemunha reconheceu o garoto de forma muito precisa. Foi um ato de muito crueldade, uma atitude covarde”, ressaltou Barbosa em entrevista aos jornalistas na quinta-feira.

À polícia, o suspeito contou ainda que levava de 30 a 35 minutos para levar as bicicletas roubadas até os receptores, no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte. Barbosa afirmou que a polícia faz buscas para encontrá-los nos acessos à comunidade. Os investigadores ainda realizam operações para encontrar o outro adolescente envolvido no assassinato do médico. Durante as buscas, outras seis bicicletas roubadas foram recuperadas.

O adolescente foi apreendido em casa, num condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, em Manguinhos. No momento em que foi encontrado, ele estava com a irmã, o cunhado e outro irmão. A mãe do menino chegou minutos depois. Em depoimento, ela disse que o rapaz abandonou os estudos há quatro anos.

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