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Os adolescentes brasileiros estão mais altos e mais gordos em comparação ao perfil traçado há três décadas, quando o problema da obesidade sequer existia nestas faixas etárias. Sofrem com excesso de peso 16,7% deles – ou 5,929 milhões de pessoas na faixa de 10 a 19 anos. É o que revela a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

O estudo mostra também que um em cada cinco adolescentes paranaenses tem excesso de peso e que os jovens paranaenses são mais altos e sofrem menos com a falta de peso que a média nacional.

Em todo o Brasil, de acordo com o IBGE, o problema de excesso de peso afeta mais os meninos – 17,9%. Entre as garotas, o índice é de 15,4%. A obesidade, face mais grave do excesso de peso, atinge 2,3% desses jovens – 817 mil. Nesse caso, as garotas são mais vulneráveis – 2,9%, contra 1,8% dos meninos.

A pesquisa revelou ainda que caiu o percentual de crianças com altura menor do que a recomendada para a idade – de 33,5% entre garotos em 1974-1975 baixou para 10,8% em 2002-2003; para as meninas, passou de 26,3% para 7,9%.

Já a desnutrição, que ainda persiste, afeta uma camada menor da população com menos de 5 anos, a mais vulnerável. O percentual baixou de 16,6% para 4,6% -2% a 3% das crianças são geneticamente magras.

Padrão desigual

A desnutrição e o excesso de peso são inversamente proporcionais à renda. No caso do déficit de Índice de Massa Corporal (IMC), medida do peso vezes a altura ao quadrado, estava em 3,6% para a classe de rendimento até 1/4 de salário mínimo. Era de apenas 1,4% para a faixa de renda com mais de cinco salários mínimos.O caso do excesso de peso é inverso: cresce conforme a renda, chegando a 28,2% para a camada mais rica, contra 8,5% para a de menor renda.

Regiões mais desenvolvidas sofrem mais com excesso de peso. No Sul e no Sudeste estão os maiores percentuais do problema – 22,6% e 21,5% para homens e 17% e 18% para mulheres, respectivamente.

Evolução

Na comparação com os últimos 30 anos, o estudo aponta diminuição do número de crianças desnutridas e aumento do número de adolescentes fora do peso no país. Em 1974 e em 1975 uma parcela de 3,9% dos meninos e 7,5% das meninas entre 10 e 19 anos estavam acima do peso. Em 2002 e em 2003, os percentuais saltaram para 18% e 15,4%, respectivamente.

São 8,5% dos meninos de famílias com até meio salário mínimo per capita que estão acima do peso, enquanto até 28,2% deles estão nas famílias com cinco ou mais salários mínimos per capita. Os percentuais são de 8,9% e 18,4% quando as pesquisadas são meninas.

Em 1973 e 1974, a desnutrição atingia uma em cada cinco (20,8%) das crianças de até 5 anos de áreas urbanas, e uma em cada quatro (27,4%) nas áreas rurais. Em 2002 e 2003, apenas uma em cada 20 encontrava-se nesse estado nutricional -os percentuais caíram, respectivamente, para 5,3% e 5,8%.

Na década de 70, a incidência da desnutrição atingia 30,8% de famílias com renda de até meio salário mínimo per capita e 4% das famílias com renda de cinco ou mais salários mínimos per capita. Já em 2002 e 2003, os percentuais eram 8,7% e 1,5%, respectivamente.

A pesquisa foi feita em parceria com o Ministério da Saúde. O IBGE visitou 48.470 em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2002 e no primeiro semestre de 2003, para avaliar hábitos de consumo do brasileiro.

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