A juíza Maria Roseli Guiessmann, titular da Vara do Adolescente Infrator de Curitiba, se depara todos os dias com adolescentes que praticam delitos contra o patrimônio e abusam de drogas. O comportamento acaba em atitudes criminosas, das mais corriqueiras às graves e violentas, como assaltos, latrocínios, homicídios qualificados e sequestros. A experiência da juíza dá pistas para novas pesquisas sociais.
Algumas conclusões são imediatas. "A maioria deles só vive com a mãe. Geralmente, o padrasto faz o papel do pai, sendo que a mãe pode ainda trocar de companheiro, surgindo novos conflitos." Ela lembra que são histórias de famílias sem estrutura, de pais permissivos que, quando descobrem que o filho está encrencado, pedem à Justiça para interná-los ou apreendê-los. O procurador-geral de Justiça do Estado, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, lembra que essas crianças e adolescentes estão em fase de desenvolvimento. "Os problemas na família negligência ou violência têm uma importância significativa na formação dos adolescentes em situação de risco e na prática de atos infracionais."
Para Sotto Maior, os pais não devem evitar os extremos do autoritarismo e da permissividade, para garantir uma formação adequada aos filhos. "Garantir a autoridade nas relações é tão importante quanto garantir a liberdade dos filhos que devem estar submetidos ao poder familiar. Só que isso não pode se dar por meio da violência, mas pelo diálogo e, principalmente, através do modelo", afirma.
Segundo a advogada Marta Tonin, vice-presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, o ideal é os pais estarem em concordância na forma de educar os filhos, não se desautorizando entre si na frente deles; não discutindo inutilmente; não partindo para agressões físicas e psicológicas, dialogando sempre com muito respeito e consideração. "Como os filhos se espelham nas atitudes dos pais, estes devem estar conscientes de suas ações, pois elas são exemplos para o resto da vida de seus filhos", diz.
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