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Os 30 internos do Centro de Socioeducação (Educandário) transferidos para o Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), na madrugada de sábado, vão permanecer na unidade até que o educandário, parcialmente destruído seja reformado. Do total de 55 jovens, somente 20 permanecem no Educandário após a rebelião que começou na sexta-feira às 21h30 e durou 7 horas. Outros 5 foram para o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi). A "estadia" dos 30 internos no recém-inaugurado CDR – que deve abrigar somente presos condenados – deve durar 15 dias.

Em sete horas de rebelião, os adolescentes queimaram colchões, destruíram salas de aula, centro odontológico, tubulações de água, luz, telefone e da rede de computadores, além de materiais usados nas atividades rotineiras. Os alojamentos não foram danificados. "É uma cena deprimente. Há 20 dias tínhamos acabado de pintar a unidade", afirmou Valmir Matos, engenheiro do Departamento de Construção e Obras (Decon) do governo estadual, que ontem pela manhã esteve no local para avaliar os estragos.

De acordo com o engenheiro, os danos ao patrimônio da unidade foram "grandes e consideráveis". "Destruíram até as bancadas de granito. Nas rebeliões anteriores, só tivemos que trocar portas, mas dessa vez as janelas derreteram com o calor do incêndio que foi provocado". Hoje pela manhã o engenheiro voltará ao Educandário com um perito em estruturas, de uma empresa particular, para avaliar danos mais graves e não aparentes no prédio.

"Vai levar um tempo até voltarmos à rotina", lamenta Édina Maria de Paula, promotora da Infância e do Adolescente que intermediou o fim da rebelião já nas primeiras horas de sábado. Segundo ela, dois adolescentes conseguiram render um educador no momento em que trocavam o colchão do alojamento. Depois, obtiveram as chaves com as quais conseguiram acesso as áreas internas da unidade. "Foi excesso de confiança porque fazia muito tempo que nada acontecia depois de um período turbulento."

Desde outubro de 2006 a unidade não enfrentava motins ou rebeliões. De acordo com a promotora, o movimento não foi planejado, não tinha líderes e os internos não fizeram nenhuma reivindicação. "Tudo superável". Os internos vão responder a inquéritos por danos ao patrimônio público e tentativa de homicídio. Oito internos maiores que estavam no Educandário também serão investigados pelos mesmos crimes pela Polícia Civil.

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