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Alexandre de Moraes
Clériston havia obtido parecer da PGR favorável à soltura no final de agosto, mas o ministro Alexandre de Moraes ainda não havia analisado o documento| Foto: STF

O advogado Bruno Azevedo de Sousa, responsável pela defesa do empresário Clériston Pereira da Cunha - preso durante os atos do dia 8 de janeiro e vítima de um “mal súbito” nesta segunda-feira (20) - já havia alertado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as graves condições de saúde do seu cliente.

Em uma petição enviada ao presidente do STF no dia 31 de maio, o advogado defendeu que a prisão preventiva de Clériston fosse revertida em medidas cautelares com base no princípio da presunção de inocência; em decisões anteriores referentes a acusados dos atos do 8/1; e em decorrência do seu quadro de saúde.

De acordo com laudos anexados pelo advogado à petição, Clériston tinha problemas reumatológicos como consequência de um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à Covid-19, “fazendo uso de medicação diária de 12 em 12 horas, pois corre risco de morte em caso de não utilizar os fármacos, e desde que está preso, não tem se medicado, correndo risco iminente de sofrer um mal súbito e ir a óbito no centro de detenção provisória, local em que se encontra”.

Clériston fazia uso de medicamentos para diabetes e hipertensão e já havia sido atendido no serviço médico da Papuda por sintomas de Covid-19.

“É de extrema importância informar que recentemente a médica responsável pelo acompanhamento do paciente solicitou exames necessários para assegurar a saúde do acusado, todavia, não pôde comparecer aos exames solicitados devido à prisão preventiva e vem convivendo em local degradante e insalubre, e que estas condições podem acarretar em complicações fatais para o paciente, ora acusado. Nesse sentido notório que a segregação prisional poderá ser sentença de morte ao referido, uma vez que a conjugação dos tais tratamentos também se faz necessário em conjunto com medicação prescrita”, diz outro trecho da petição.

O advogado de Clériston, Bruno Azevedo, está na Papuda nesta tarde apurando as causas da morte e deve se pronunciar até o final do dia.

Ele já tinha um parecer favorável do Ministério Público Federal para a soltura de Clériston desde o final de agosto. Faltava apenas Moraes analisar o documento e proceder com a liberdade provisória de Clériston.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape/DF) disse que Clériston chegou a ser socorrido pela equipe de saúde da unidade prisional que “realizou manobras de reanimação assim que constatado o mal súbito até a chegada da equipe do SAMU e Bombeiros que foram imediatamente acionados”.

Segundo informações oficiais, o óbito aconteceu por volta das 10 horas da manhã. Clériston tinha 46 anos.

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