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O advogado José Carlos Gallo, que faz a defesa do casal preso suspeito de manter uma idosa de 64 anos em cárcere privado no porão de casa, em Sorocaba, a 92 km de São Paulo, disse que não foi cometido crime algum.

Segundo ele, a família precisava de ajuda e não conseguiu. "É mais um problema de política social, e não criminal. Tente internar alguém com problemas mentais, você não consegue. Eles orientam a ficar com a pessoa em casa. E eles não têm condições de contratar uma enfermeira. São pessoas humildes", disse.

O advogado de João Groppo e Maria Aparecida Furtim afirmou também que os filhos tinham conhecimento da situação e que o relacionamento entre a idosa Sebastiana Groppo e o casal preso era bom. "A mulher atual dele cuidava bem dela, limpava o local também. Apesar de ela não reconhecer as pessoas nem os filhos, eles viviam bem. Eles nunca a maltrataram", contou.

A vítima, que já era separada do marido há mais de 30 anos, voltou a morar com ele e a atual mulher depois que o filho que cuidava dela morreu há cerca de sete anos. De acordo com Gallo, ela foi morar com o suspeito porque um dos filhos mora em Alumínio e o outro está no exterior.

Exame de corpo de delito

A idosa passou por exame de delito no começo da tarde desta quinta-feira (27). Ela compareceu ao Instituto Médico-Legal (IML) de Sorocaba acompanhada do filho que mora em Alumínio.

Segundo a Delegacia da Mulher o filho informou por telefone que a mãe tinha tomado medicação e precisava descansar, por isso não tinha condições de prestar depoimento nesta quinta. Ele disse ainda que está abalado e não quer comentar o caso.

Prisão

O advogado do casal preso disse que já entrou com pedido de liberdade provisória para que seus clientes possam responder pelo crime de cárcere privado em liberdade. Ele aguarda decisão da Justiça. Se condenados, eles podem pegar até oito anos de prisão. Groppo foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. Já Murtim foi levada para a cadeia feminina de Votorantim, a 105 km de São Paulo.

A mulher foi encontrada pela polícia sobre uma cama de concreto, praticamente sem roupas, enrolada em um cobertor. Segundo a delegada Jaqueline Barcelos Coutinho, as condições em que a mulher vivia eram subumanas. "O cômodo onde ela estava não tinha condições de higiene, paredes com bolor, água pelo chão, baratas, caramujos, janelas emperradas, e não entrava sol. A comida era passada para ela através da grade que dava acesso ao local. Ela não tinha nenhuma condição de defesa."

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