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Francisco Vicente Correa Filho, acusado de abusar de crianças e adolescentes, é louco e impotente sexual. Esta será a defesa dos advogados Werner Kovaltchuk e Olavo Muniz de Carvalho para desqualificar as acusações contra o líder da Igreja Evangélica do Supremo Amor de Cristo, um templo de fundo de quintal localizado na parte mais miserável da Ilha dos Valadares, em Paranaguá. Preso pela Polícia Federal, ele foi enquadrado por estupro, atentado violento ao pudor e exploração sexual de menor de idade. Somadas as penas, o pastor pode ser condenado a até 30 anos em regime fechado.

Segundo Werner, o pastor de 57 anos é impotente há dois anos e o material erótico encontrado na casa dele seria de uso pessoal da mulher, Elizabeth Graff, de 41 anos. O casal vive junto há oito anos. Devido a impotência do companheiro, ela teria recorrido aos artefatos para se satisfazer sexualmente. Com esta argumentação, Werner e Carvalho esperam derrubar as acusações. Uma vez impotente, ele não teria motivos para abusar das meninas. Para Werner, criou-se "um castelo de mentiras" em torno do casal, uma vez que Elizabeth é acusada de co-autoria dos crimes. "Eles são inocentes", diz.

A defesa também pedirá à Justiça um exame de sanidade mental para tentar provar que o pastor tem distúrbios mentais que provocam seguidas alterações de personalidade. Esta seria a explicação para as estranhas manifestações nos cultos religiosos, quando Francisco dizia incorporar o espírito de um anjo ou afirmava ter poder de cura. No caso de uma condenação, isso ajudaria o acusado porque ao invés de cumprir pena numa penitenciária ele teria de ser internado num manicômio judiciário, e por um período bem menor do que seria na prisão convencional.

Os advogados tentarão usar como trunfo a cópia de um laudo da junta médica militar que há 20 anos considerou Francisco incapaz para o trabalho depois de um acidente de carro. O pastor era mergulhador do Corpo de Bombeiros. Em defesa de Elizabeth, vão argumentar que freqüentemente ela tinha de sair para fazer os serviços externos, como pagar contas, e nos momentos em que estava em casa não presenciou nada que incriminasse o marido. Ela está presa na delegacia de Paranaguá. Ele teve de ser transferido dali para Curitiba por causa do risco de ser agredido pelos outros presos.

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