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Belo Horizonte – O advogado Rogério Lanza Tolentino sustentou ontem que o montante de R$ 302,3 mil que recebeu entre agosto e outubro de 1998 refere-se a pagamento de honorários atrasados feitos pela agência SMPB, de Marcos Valério de Souza. No inquérito que investigou o chamado mensalão tucano durante a campanha à reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, a Polícia Federal indicou que os depósitos nas contas de Tolentino e de sua mulher, Vera Maria Tolentino, saíram de empresas estatais mineiras "desviados para o caixa de coordenação financeira da campanha".

O advogado, que divide escritório com Valério, na zona sul de Belo Horizonte, atuou como juiz eleitoral de 1998 a 2000. Ele negou que no período tivesse votado "sistematicamente" a favor da coligação do governador tucano, conforme matéria publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. Contatado pela reportagem, Tolentino indicou a assessoria de imprensa de Valério para falar em seu nome. "Eu não respondo sobre esse assunto."

A assessoria negou que o advogado tenha recebido recursos do "valerioduto mineiro". "São (pagamentos) referentes a honorários que estavam quatro anos atrasados." Os pagamentos, de acordo com a versão, estavam atrasados desde a morte de um dos sócios da empresa, Maurício Moreira, em 1994. Conforme a assessoria, Tolentino atuava como advogado da SMPB desde 1989, antes de Valério se tornar sócio da agência de publicidade. "Nada começou em 1998."

No relatório da PF, o delegado Luís Flávio Zampronha afirma que o advogado justificaria os pagamentos como "supostos serviços de consultoria jurídica". O relatório observa que Tolentino "não faz parte do quadro societário das empresas diretamente evolvidas nas fraudes" – DNA e SMPB. Afirma que as análises financeiras indicaram que ele "foi sistematicamente beneficiado com recursos públicos desviados, recebendo pagamentos em valores idênticos aos demais envolvidos em diversas operações ilícitas realizadas, a demonstrar sua participação direta nos fatos".

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