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O advogado João dos Santos Gomes Filho, que defende o PT no caso das denúncias sobre o suposto uso de caixa dois na campanha do prefeito Nedson Micheleti (PT) à reeleição, disse nesta terça-feira que está esperando que o Ministério Público (MP) ofereça denúncia sobre o caso para que ele possa atuar e questionar os resultados levantados pelas investigações feitas até aqui.

Gomes Filho criticou o pedido de prorrogação do inquérito da Polícia Federal (PF) por 60 dias e declarou que a continuidade da investigação seria estender o "espetáculo midiático", beneficiando interesses de grupos políticos. O advogado declarou também que, pela lei, Takahashi só poderia pedir prorrogação por 30 dias, metade do tempo requerido pelo delegado.

Ele ironizou a postura do promotor Miguel Sogaiar, que disse em entrevista coletiva, ao lado do delegado Kandy Takahashi, que o MP seria favorável ao pedido de prorrogação do inquérito por 60 dias.

O advogado convocou uma entrevista coletiva na manhã de terça-feira para comentar o seu pedido à Justiça Eleitoral para que não seja prorrogado o inquérito e o balanço dos 30 dias de investigações, feito pelo delegado Kandy Takahashi.

O advogado também ironizou o balanço parcial feito por Takahashi, que aponta um cálculo parcial de R$ 135 mil para o suposto caixa dois petista. Caixa dois Embora tenha negado o uso de caixa dois pelo PT, o advogado disse que depois de 30 dias de investigações e mais de 30 mandados de busca e apreensão executados, o resultado é pífio, já que o valor alegado pela PF "não chega a 3%" do que foi denunciado por Soraya Garcia, que em seus depoimentos fala num caixa dois de R$ 6,5 milhões.

A PF disse, no balanço parcial, que poderiam ser comprovados gastos "não contabilizados" de R$ 135 mil na campanha de Nedson.

Outros candidatos Outra questão levantada por Gomes Filho é que a PF teria conhecimento de denúncias sobre supostas irregularidades envolvendo outras candidaturas e não abriu nova linha de investigação. Tanto a PF quanto o MP têm negado sistematicamente que estejam investigando outras campanhas. "Uso político"Gomes Filho bateu na tecla do "uso político" das investigações, alegando que elas beneficiariam "grupos políticos". Apesar da insistência dos repórteres, ele não declarou qual seria o grupo favorecido pelas denúncias.

Sobre Soraya, ele afirmou que há 30 dias considerava-a uma "inocente útil". "Agora ela é só útil, atende a interesses políticos", completou o advogado do PT.

Novas declarações feitas por Soraya ao promotor Sogaiar apontam para novas irregularidades no financiamento da campanha petista, dessa vez na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral.

Gomes Filho questionou o fato de Soraya ter deposto no dia em que vencia o prazo para o encerramento do inquérito na PF. A ex-assessora da campanha petista teria pedido para depor novamente há cerca de 15 dias, mas o promotor só tomou o depoimento na segunda-feira.

No raciocínio do advogado, se ela tinha as denúncias antes, deveria ter deposto antes. Ele também afirmou que não existe "base técnica" para a acareação entre Soraya e outras testemunhas, o que já foi cogitado pela PF.

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