Depois de um ano preso no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e no Batalhão de Guardas da Polícia Militar (BPGd), o advogado Roberto Bertholdo saiu da carceragem e encontra-se em prisão domiciliar em seu apartamento, no bairro Batel, em Curitiba. Ele foi beneficiado por uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Pela condição de advogado, ele tem esse direito", explica o jurista Andrei Zenkner Schmidt, que faz parte da equipe de defesa de Bertholdo.
Bertholdo está em casa desde dezembro, passou Natal e Ano- Novo com a família. Ele foi procurado pela Gazeta do Povo, mas disse que não poderia falar nada a respeito, uma orientação dado pelos seus advogados. "Quando falou em público, ou disse muito ou foi mal interpretado", afirma Schmidt.
O advogado foi preso pela Polícia Federal em Curitiba, no dia 4 de dezembro de 2005. Entre as acusações estavam os crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e escuta telefônica clandestina. Durante o ano passado, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região condenou Bertholdo a dois anos e oito meses de detenção e a pagar uma multa de R$ 220,5 mil pelo crime de escuta telefônica ilegal. Ele é acusado de grampear o telefone do juiz federal Sério Moro, da 2.ª Vara Federal de Curitiba.
Em 2006, Bertholdo também foi condenado pelo TRF à pena de seis anos e oito meses de reclusão por tráfico de influência e exploração de prestígio em tribunais de Brasília para beneficiar o ex-deputado estadual Tony Garcia. "A lavagem de dinheiro a que ele foi acusado inexistiu", afirma Schmidt. Somada, a condenação chega a nove anos e quatro meses de prisão. A defesa de Bertholdo explica que um processo de evasão de divisas foi trancado pelo TRF e outra ação ainda não foi concluída.
Bertholdo ainda responde um processo na Justiça Estadual por seqüestro, tortura e extorsão, e outra por mediar um acerto de contas de um ex-banqueiro na CPI do Banestado. Desde 18 de abril de 2006, a Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) suspendeu preventivamente o exercício profissional dele.
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