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O advogado Antônio Neiva de Macedo Filho, que defende o vigilante Marlon Balem Janke, 30 anos, acusado de dar o tiro que matou o estudante Bruno Strobel Coelho Santos, 19 anos, filho do jornalista Vinícius Coelho, vai solicitar à Justiça uma nova reconstituição da morte, bem como uma acareação entre os três suspeitos do homicídio. Além de Janke, os vigilantes Eliandro Luiz Marconcini e Douglas Rodrigo Sampaio, todos funcionários da empresa Centronic, também estão presos acusados de assassinato. Porém os dois afirmam que Bruno já estaria morto quando chegaram no matagal em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, onde o corpo foi encontrado. Versão que é negada por Janke. "A intenção é justamente esclarecer esses pontos divergentes", afirma Macedo. O pedido deve ser feito no período de 15 a 20 dias, logo após Janke ser interrogado pela Justiça.

O delegado de Almirante Tamandaré, Jairo Estorílio, ressalta que o inquérito policial já está concluído e já foi encaminhado à Justiça. Portanto, salienta ele, tanto a nova reconstituição quanto a acareação só ocorrerão se a juíza responsável pelo processo assim determinar.

Macedo vai requerer também um habeas-corpus para seu cliente. O argumento é de que os três acusados foram presos no dia 16 de outubro. Entretanto, conforme o advogado diz constar nos autos, a prisão foi dia 17 de outubro. Mesmo assim, dificilmente Janke sairá da cadeia, pois se conseguir o habeas-corpus, a Justiça deve determinar nova prisão imediatamente.

O Ministério Público (MP) entregou na última quarta-feira denúncia à Justiça contra sete funcionários da Centronic acusados de envolvimento na tortura e morte de Bruno. Janke, Marconcini, além do operador de alarmes Leônidas Leonel de Souza, o supervisor Ricardo Cordeiro Reysel, e os vigilantes Roberto Prado Franchi e Emerson Carlos Roika – que foi detido na sede da empresa com uma arma sem registro – foram denunciados por formação de quadrilha, tortura mediante seqüestro, homícidio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já Rodrigues, que teria participado da ação apenas em Almirante Tamandaré, ficando de fora da suspeita de tortura na sede da empresa, foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

O MP considera o crime como homicídio triplamente qualificado por ter sido cometido para assegurar a impunidade do crime de tortura, por ter usado meio cruel e por ter dificultado a defesa da vítima.

Bruno foi morto após supostamente ter sido flagrado pichando o muro de uma clínica no bairro Alto da XV. Antes de ser levado ao matagal à beira da Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, ele teria sido torturado na sede da Centronic. Os vigilantes são suspeitos de cometerem tortura em outros pichadores, conforme mostra imagem gravada no celular de Janke. O próprio vigia acusado de dar o tiro que vitimou Bruno admitiu, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, que era praxe dos funcionários da Centronic sujarem de tinta os pichadores detidos.

Além de Janke, Marconcini e Rodrigues, outros três funcionários da Centronic estão com a prisão preventiva decretada – Souza, Reysel e o gerente Vilso Grossi. Todos seguem foragidos.

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