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Os advogados de defesa do falso médico ginecologista preso em flagrante na última sexta-feira (13), em Matinhos, no Litoral do Paraná, entraram com pedido de liberdade provisória de Osmar Alves Lima, de 59 anos. O homem permanece detido na delegacia de Matinhos pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina.

De acordo com o advogado Mauro Tironi Esteves, seu cliente chegou a estudar quatro anos de medicina. Não chegou a se formar, mas tem muito conhecimento na área. “Não houve intenção de fazer mal a ninguém. As receitas emitidas por ele contém medicamentos condizentes com a situação clínica do paciente. Além disso, os atendimentos ginecológicos eram feitos sempre na presença de uma enfermeira”, diz Esteves. O advogado admite a ilegalidade do feito, mas o pedido de liberdade se baseia, segundo ele, na ausência de dolo. O delegado de Matinhos, Messias Antônio da Rosa, vai começar a ouvir testemunhas e disse que cabe ao Judiciário decidir sobre o caso.

Para conseguir atender como médico no Litoral, Lima usou documentos falsos de um médico aposentado do estado de Rondônia. O médico que teve os documentos clonados disse à Gazeta do Povo que chegou a trabalhar com o Osmar em uma obra em Porto Velho. “Peguei carona com ele algumas vezes. Ele deve ter copiado meus documentos para cometer esse crime no Paraná”, disse.

Lima já foi preso pelos mesmos crimes nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e comete crimes parecidos há 15 anos. Em uma das vezes, ele foi acusado pela justiça de ter usado o pretexto de realização de exames em uma escola que atuava também como falso médico para estuprar duas adolescentes. Na ocasião, ele foi apreendido com uma arma de fogo – pistola Taurus – sem autorização legal. Questionado pela reportagem da Gazeta do Povo, o advogado de Lima disse que não teve acesso a todos os processos de seu cliente e por isso não pode comentar esse caso.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná informou que a clínica que o falso médico foi preso na cidade de Matinhos não possuí registro junto ao Conselho de Medicina do Paraná, apesar de constar no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica como empresa de atividade de atendimento hospitalar, sendo assim é obrigatório o seu registro junto ao Conselho e a indicação de um profissional médico responsável.

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