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Brasília – Apontando indícios de crime militar cometido por controladores de tráfego aéreo, a Aeronáutica abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos envolvidos em atrasos de vôos.

A investigação promete causar mais cizânia entre os controladores militares e o Comando da Aeronáutica, que lançam críticas mútuas nos bastidores e transferem a culpa sobre o caos nos aeroportos.

"Essas coisas têm de ser vistas com muito cuidado, para não acirrar os ânimos’’, disse Jorge Oliveira, da associação de controladores do Rio.

Sem saber detalhes do IPM, o procurador do Ministério Público Militar Giovanni Rattacaso considera "oportuna’’ a apuração. "Vi panfleto criminoso, o camarada esculhambando o comandante da Aeronáutica. Dizia: "Companheiros, vamos pressionar, só quem anda de avião é rico, artista e político.’’

A postura da Aeronáutica difere da abordagem de negociação do ministro Waldir Pires (Defesa). Ontem, a assessoria do ministério informou não ter conhecimento sobre o IPM.

O comando avalia que os controladores aproveitaram um momento de evidência pública e política para apresentar reivindicações por melhores salários e condições de trabalho, fugindo à disciplina militar. Para os controladores, o serviço deveria sair da al-çada militar e tornar-se civil.

Protesto

Os 117 passageiros do vôo 1787 da Gol, que iria do Rio de Janeiro a Vitória, tinham passagem marcada para 21h15 da noite de sexta, mas só embarcaram ontem às 5h34.Durante a espera, o avião chegou a taxiar na pista do aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim com quase três horas de atraso, mas teve de voltar por apresentar "problemas técnicos’’.

Nem a empresa nem a Infraero informaram qual foi o problema da aeronave. Passageiros afirmaram que sentiram cheiro de queimado enquanto o avião (que vinha de Brasília) se preparava para decolar pela primeira vez.

Revoltados com a falta de informação e o tratamento da empresa, os passageiros fizeram uma manifestação em frente ao balcão da Gol no aeroporto. A revolta aumentou quando funcionários da empresa afirmaram que o embarque poderia ocorrer apenas por volta das 7 horas, já que técnicos tentavam consertar o problema.

O primeiro embarque ocorreu às 23h57, mas, após a constatação de problemas técnicos, os passageiros voltaram à área de embarque às 0h40 e só puderam embarcar às 5h34.

Eles reclamaram que a empresa não providenciou acomodação nem alimentação durante a espera. Agentes da Polícia Federal no aeroporto forneceram lanches para o grupo que foi obrigado a passar a noite no aeroporto.

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