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Um dia após a reunião da presidente Dilma Rousseff com dirigentes sindicais, duas centrais definem protestos em preparação à manifestação nacional que será feita em conjunto no dia 11 de julho. A CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras) informou nesta quinta-feira (27) que irá fazer uma série de manifestações na próxima terça-feira, dia 2 de julho, nos aeroportos das principais capitais brasileiras.

Segundo nota publicada em seu site, a CTB informa que o objetivo é "fortalecer esse momento de mobilização pelo qual passa o Brasil e alertar o Congresso Nacional e o governo para a importância em se avançar rumo a um novo projeto de desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho".

De acordo com a central (ligada ao PC do B e que reúne sindicatos dissidentes da CUT), será distribuída uma "Carta Aberta aos Parlamentares e à Sociedade" para pedir pontos que constam da chamada "agenda dos trabalhadores" e definida como reivindicações comuns das centrais sindicais.

Dirigentes de oito centrais se reuniram ontem com a presidente e saíram com opiniões divergentes sobre o encontro. Estavam presentes líderes das centrais CUT, Força Sindical, CTB), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central Sindical, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CSP-Conlutas (ligada ao PSTU) e CGTB.

A Força Sindical vai reunir amanhã representantes de sindicatos de todos o país para definir locais de greves e manifestações que deverão ocorrer no dia 11 de julho.

Encontro com Dilma

Durante o encontro com a presidente, a CUT informou que ela "enfatizou que não aprovará qualquer projeto sem que exista acordo entre trabalhadores, empregadores e governo". Ainda, segundo a central, a presidente "garantiu que o diálogo com as centrais sindicais será permanente e que todos os temas da pauta da classe trabalhadora serão negociados, inclusive o fim do fator previdenciário e a redução da jornada para 40 horas semanais".

A central informa ainda que "até agosto, segundo a presidenta, o governo dará uma resposta a todas as reivindicações que foram entregues a ela no Palácio do Planalto depois da Marcha da Classe Trabalhadora, em março".

Vagner Freitas, da CUT, diz a central construirá uma campanha nacional pela reforma política e pelo plebiscito proposto. "Qualquer político ou organização que for contra essa consulta é porque está acostumado à velha política e quer tratar esses assuntos longe da população e da classe trabalhadora, exclusivamente nos corredores do Congresso".

Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, houve compromisso de haver "mesas de negociação" com o governo para discutir a pauta dos trabalhadores. "Um deles que ainda não está com tanta força nas ruas é o reajuste das aposentadorias. O governo tem de dar atenção a esse tema", disse.

Para "Inglês Ver"

Para as lideranças da CSP-Conlutas, entretanto, a reunião com a presidente foi "apenas para inglês ver".

"Nem parece que estávamos na mesma reunião. Nenhuma medida concreta foi apontada, nenhum encaminhamento efetivo foi providenciado. A presidenta falou 40 minutos, deu 5 minutos para cada central falar e depois se levanto-se e foi embora", disse José Maria de Almeida, um dos coordenadores da CSP-Conlutas e presidente do PSTU.

"Queremos o atendimento das reivindicações dos trabalhadores e da pauta das mobilizações nas ruas. Desde abril, entregamos uma pauta ao governo e não tivemos sequer resposta. Não há solução para os problemas que afligem a vida do povo dentro do modelo econômico que aí está", disse o sindicalista.

"Não existe medida mais adequada para melhorar a vida do trabalhador do que a redução da jornada de trabalho, uma pauta que está em debate na sociedade há mais de uma década. Por isso é fundamental que o governo abra espaço e apoie essa pauta. Se ele quer responder à sociedade em relação às manifestações das últimas semanas, deve dar atenção às questões trabalhistas", disse Antonio Neto, da CSB.

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