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Em nenhum mês dos 17 anos de trabalho no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba, a médica legista Renata Cury deixou de receber cadáveres de vítimas de afogamento em cavas ou rios da região. A médica explica que as próprias características das cavas facilitam o surgimento de fatalidades.

Primeiro, por serem áreas irregulares, em que a pessoa em um instante caminha em um ponto seguro, mas que no passo seguinte já está em outro onde não dá mais pé. A presença de galhos e o fundo barrento também contribuem, podendo prender a pessoa embaixo da água. Mas o que mais contribui para os acidentes é mesmo a imprudência. "A maioria das vítimas é de homens jovens e fortes, que confiam tanto em si que se arriscam mais. Eles rompem o limite da prudência. E, muitas vezes, o álcool estimula ainda mais isso", aponta.

Geralmente, explica a médica, as vítimas se afogam em menos de um minuto. E em média, em três minutos, morrem. "Primeiro, eles engolem água. Depois sofrem apnéia (param de respirar) e se desesperam. Aí sofrem convulsões e morrem", explica.

Banhar-se nessas áreas gera ainda a possibilidade de se contrair doenças infectocontagiosas, desde pequenas micoses até leptospirose (que é transmitida pela urina do rato) e infecções gastrointestinais pela ingestão da água. (MXV)

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