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Apesar de uma equipe especializada estar averiguando as causas das panes registradas no sistema do Centro Integrado de Controle do Espaço Aéreo (Cindacta-2) desde sábado, a Aeronáutica ainda não deu uma resposta oficial sobre o que pode ter causado as falhas na comunicação entre os controladores de vôo e os pilotos, no último fim de semana. Em três dias, foram três panes no sistema de radiofreqüência em Curitiba, o que causou transtornos nos principais aeroportos do país. Ontem pela manhã, quinze vôos saíram atrasados do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, três deles com mais de uma hora. Apesar disso, o movimento foi considerado normal durante todo o dia, contrariando a previsão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de que poderia haver complicações na programação de vôos.

No total, foram quatro falhas desde 11 de dezembro, quando uma queda na energia tirou o sistema do ar por uma hora. No último domingo, o Cindacta-2 ficou sem comunicação das 14h20 às 15h30. Dois dias antes, outras duas panes causaram transtornos no aeroporto: uma entre 14 horas e 14h25 e outra entre 18 horas e 20 horas.

A Aeronáutica limitou-se a informar que, além dos estudos para averiguar as causas, o Cindacta-2 está passando por uma modernização nos equipamentos de radar, informática e telefonia desde agosto do ano passado. Os trabalhos, que fazem parte de um projeto de modernização dos cindactas (Brasília, Curitiba, Recife e Manaus), devem ser finalizados até o fim deste semestre.

As falhas do fim de semana causaram um efeito cascata que atingiu os aeroportos de Florianópolis, Porto Alegre, Congonhas (São Paulo) e Galeão (Rio de Janeiro). Os efeitos ainda refletiam no quadro de vôos na madrugada de ontem, no Afonso Pena. Segundo a Infraero, até às 11 horas de segunda-feira, foram 15 vôos – entre chegadas e partidas – com atrasos de, em média, 50 minutos, três deles com mais de uma hora. Outros dois vôos foram cancelados logo pela manh㠖 ambos sairiam de Congonhas com escala em Curitiba – por problemas das companhias aéreas.

Segundo boletim da Anac, até meio-dia foram 55 atrasos com mais de uma hora em todo o Brasil, dez por problemas de tráfego. Além de Curitiba, os aeroportos de Fortaleza e Recife registraram atrasos graves, com cinco e dois vôos, respectivamente.

A confusão do fim de semana deixou os passageiros com "o pé atrás". Para evitar constrangimentos e problemas, alguns chegaram ao aeroporto pelo menos uma hora antes do início do check-in. O grupo de intercâmbio do qual os primos Lucas Moreira Sliva e Guilherme Sliva, ambos de 15 anos, fazem parte planejou os vôos com antecedência para não ter de enfrentar filas e perder a conexão internacional para Miami (EUA), que sairia às 23h25 ontem.

Para pegar o vôo que decolaria de Curitiba às 13h10 para Guarulhos (São Paulo), os estudantes se encontraram com os colegas duas horas antes. "Não pode marcar bobeira. Já planejamos tudo antes para evitar contratempos", disse a mãe de Lucas, Iara Beatriz Moreira, 46 anos. "Foi uma opção do grupo esse período de tempo tão grande entre um vôo e outro, justamente para não correr riscos", explica a mãe de Guilherme, Cristiane Sliva, 39 anos.

Acompanhada da mãe e da avó, a estudante Thayla Dalpiaz de Andrade, 17 anos, aguardou duas horas no saguão para pegar o mesmo vôo. Mesmo morando próximo ao Afonso Pena, as três preferiram não arriscar. "A gente viu o caos que foi no final de semana, então tivemos que nos precaver", afirma Thayla, que vai visitar a madrinha em Nova Iorque (EUA) pela quarta vez. Segundo a empresa, o vôo dos três decolou de Curitiba no horário.

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