• Carregando...
A estrutura que caiu passa por cima da Avenida Pedro 1º, uma das mais movimentadas da cidade e que liga o Aeroporto de Confins à região do Estádio do Mineirão | Leo Fontes / O Tempo / Folhapress
A estrutura que caiu passa por cima da Avenida Pedro 1º, uma das mais movimentadas da cidade e que liga o Aeroporto de Confins à região do Estádio do Mineirão| Foto: Leo Fontes / O Tempo / Folhapress

Imprensa estrangeira noticia queda de viaduto em Belo Horizonte

Jornais e sites noticiosos estrangeiros noticiaram a queda do viaduto que deixou dois mortos e várias vítimas em Belo Horizonte. O site da rede de TV inglesa BBC menciona que o acidente envolveu um viaduto em construção e afetou uma via movimentada da região. Já o jornal The Guardian destaca que a estrutura era uma das obras previstas para a Copa do Mundo de 2014.

"Fortes gastos governamentais para a Copa do Mundo e longos atrasos no término dos projetos prometidos para a área de infraestrutura causaram protestos violentos nas ruas brasileiras no último ano, apesar de manifestações terem diminuído nas últimas semanas", escreveu a publicação em seu portal na internet.

O jornal argentino Clarín ressaltou que o acidente aconteceu a cerca de 10 quilômetros de onde está hospedada a seleção argentina. No texto, o veículo descreve a cena na qual o viaduto esmaga os veículos como "dantesca".

Até a publicação esportiva Marca, da Espanha, reportou o acidente. O jornal frisou que Belo Horizonte receberá uma das semifinais da Copa. Sites de outros veículos, como The Independent, Reuters e Buenos Aires Herald também noticiaram a queda do viaduto em Minas.

O presidente do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia de Minas (Ibape), Frederico Correa, disse, nesta sexta-feira (4), que uma das possíveis causas da queda de parte do Viaduto Guararapes, ocorrida na quinta-feira (3), em Belo Horizonte, seria o afundamento do pilar principal após a retirada das escoras da obra.

Veja vídeo da queda do viaduto

O especialista participou das primeiras vistorias feitas pela entidade no local da tragédia. Segundo Correa, o plano de retirada das escoras é um item obrigatório no projeto da obra. Porém, o momento e como isso deve ocorrer dependem de algumas variáveis, como tempo de cura do concreto e a distribuição de cargas na edificação. "Quando a estrutura é retirada, o peso antes distribuído entre os pilares e as escoras é direcionado para o pilar principal. Nesse momento, acreditamos ter havido o afundamento", disse.

Representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), da Defesa Civil, das polícia Civil e Federal estão no local do desabamento. Após o fim dos trabalhos, a via será liberada para que a Construtora Cowan, responsável pela obra, faça a demolição do viaduto e a retirada dos escombros. Conforme a polícia, o laudo pericial deve ser concluído em 30 dias.

Construtora lamenta acidente

Em nota encaminhada por meio de sua assessoria de imprensa, a Construtora Cowan disse lamentar profundamente o ocorrido com o viaduto sobre a Avenida Pedro I, e que, neste momento, a prioridade é dar apoio às vitimas e aos familiares. A empresa acrescentou também que já enviou ao local a equipe técnica para iniciar as investigações.

Prefeitura de BH vai investigar outros dois viadutos

O secretário de Obras da Prefeitura de Belo Horizonte, José Lauro Nogueira, disse, nesta sexta-feira, que vai ampliar a vistoria em mais dois viadutos que fazem parte do complexo de obras de mobilidade urbana, orçado em R$ 154 milhões. Nogueira não quis falar em novo risco de desabamento, mas afirmou que, em fevereiro, os pilares de outro viaduto na mesma região apresentaram afundamento de 27 centímetros.

Na quinta-feira, parte do Viaduto Guararapes, que faz parte do complexo, desabou, provocando a morte de duas pessoas e deixando outras 22 feridas. As obras do complexo estão sob suspeita de superfaturamento. Em 2012, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectou indícios de sobrepreço de R$ 6 milhões, e o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) deu início à investigação. Segundo o secretário de Obras, a responsabilidade pela tragédia é "solidária". "A responsabilidade é da prefeitura da construtora e dos técnicos contratados para fazer a vistoria das obras", disse.

Assim que o trabalho de perícia, que está sendo feito neste momento, estiver concluído, o local será liberado para que a Construtora Cowan, responsável pela obra, faça a demolição do viaduto e a retirada dos escombros, disse Nogueira. O trabalho será mecânico, sem explosões. "Nossa expectativa é a de que, em 24 horas, a pista esteja liberada para o trânsito", afirmou o secretário.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]