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Luciana com os filhos Iara e Leopoldo: crianças escolheram fazer aula de violão | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Luciana com os filhos Iara e Leopoldo: crianças escolheram fazer aula de violão| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

No momento certo

Veja qual a idade ideal para inscrever o seu filho em atividades extras:

Até os 7 anos - Abandone a ideia de estipular compromissos ao seu filho. Nessa idade, ele precisa ir à escola, brincar e ter os pais por perto.

Dos 7 aos 11 anos - Além da escola, coloque a criança em uma atividade extra. De preferência, escolha a música ou o esporte, que irão contrapor a seriedade da sala de aula.

Acima dos 11 anos - Com o pensamento mais formado, a criança já tem condições de assumir algumas responsabilidades. Uma segunda atividade, além da música ou do esporte, pode fazer parte do dia-a-dia do seu filho. Dois compromissos são o suficiente para o desenvolvimento dele, afinal ninguém precisa experimentar tudo de uma vez.

Fonte: psicopedagoga Laura Monte Serrat.

Enquanto os filhos aproveitam as férias escolares, os pais já começam o ano com uma preocupação na cabeça: planejar quais atividades as crianças farão durante os outros 11 meses do calendário. Muitas vezes, na ânsia de acelerar o desenvolvimento dos filhos e, também, para preencher o período em que estão ausentes por causa do trabalho, os pais lotam a agenda deles com compromissos de segunda a sexta. Essa atitude, segundo psicólogos, pode prejudicar o aprendizado infantil, em vez de melhorá-lo. Há casos, inclusive, de surgimento de úlceras e estresse em crianças descontentes com tantas atividades.

Para evitar problemas como esses, a primeira orientação dos especialistas é que os filhos também participem do planejamento de seus próprios compromissos – e o mais importante deles sempre deve ser a escola. De acordo com a psicopedagoga Laura Monte Serrat, mestre em Educação, os pais precisam conversar com as crianças e descobrir do que elas realmente gostam. Colocá-las em atividades que lhes dão prazer tornará o aprendizado mais rápido e fácil. "É fundamental fazer os filhos participarem das decisões pra eles saberem que as coisas não são mágicas", afirma.

Outro ponto importante é não inscrevê-los em compromissos demais. Laura explica que, assim como os adultos, as crianças necessitam de tempo livre, sem nenhuma responsabilidade a cumprir. É justamente nessas horas em que elas encontram espaço para brincar e se divertir, atividades que também fazem parte do aprendizado. "Crianças não podem levar uma vida de executivos atarefados aos 9 ou 10 anos de idade", diz a psicopedagoga. Segundo ela, os pais erram, principalmente, ao ocupar o tempo dos filhos com vários compromissos, enquanto estão no trabalho. "As atividades extras têm de ser boas para os filhos, e não para os pais", explica. "Fazer alguma coisa só pela vontade dos pais pode deixar a criança sem iniciativa e ainda mais dependente."

A empresária Luciana Oliveira Gubert procura seguir alguns desses conselhos na educação dos dois filhos. Mãe de Iara, de 12 anos, e de Leopoldo, de 8, ela conta que conversa com as crianças antes de tomar qualquer decisão, até mesmo na escolha de um filme ou da programação do fim de semana. De acordo com Luciana, o importante é sempre entrar em um acordo para deixar os horários tranquilos e com atividades que os filhos gostem. "As coisas têm de ser feitas com prazer, e não como uma obrigação", diz. "Tento não forçar nada pra que não pareça uma espécie de punição."

Para não ocupar o tempo dos filhos com muitas atividades extras e, também, economizar nos investimentos educacionais, a empresária matriculou os dois em uma escola que já tem no currículo aulas como inglês, alemão e informática. Todo início de ano, porém, ela se reúne com as crianças para definir quais serão os compromissos além do colégio. Depois do hipismo e da natação, Iara escolheu o futebol para praticar em 2009. "Já o violão, eles gostaram tanto que resolveram continuar", revela a mãe.

Luciana ainda utiliza o calendário como forma de educar os filhos. Ao final de todo mês, a empresária premia os dois com uma estrela, um rostinho feliz ou uma carinha triste, dependendo do comportamento de cada um. Quem recebe uma avaliação não tão boa já sabe o porquê. "Não sou especialista em técnicas pedagógicas, então procuro usar o bom senso", conta. "Um aprendizado prazeroso mostra resultado mais naturalmente. Até agora, sempre deu certo."

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