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Rua Benedito Calixto, no Uberaba, de apenas duas quadras e residencial, tem 14 placas. Para os agentes, é um exemplo recente de desperdício de dinheiro público da Setran | Antônio More/Gazeta do Povo
Rua Benedito Calixto, no Uberaba, de apenas duas quadras e residencial, tem 14 placas. Para os agentes, é um exemplo recente de desperdício de dinheiro público da Setran| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Secretaria admite ajuste no número de veículos

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) admitiu um "ajuste" na frota de motocicletas para reduzir custo, mas explicou que caiu de 16 para dez (duas ficariam à disposição da equipe de Estar).

Outra mudança anunciada pela pasta é que a frota de motos não pode mais sair do Centro. A medida visa garantir a segurança dos próprios guardas após a morte do agente na CIC no ano passado. Caso eles saíssem do Centro, deveriam ir em dupla, o que deixaria um vácuo de atendimento na região central da cidade.

O diretor de fiscalização da Setran, Eder Rodrigues, argumenta que o atendimento não será prejudicado. "Vai atender a demanda. As motos ficam na área central, distribuídas, não vão mais para bairro", reitera. Ele explica ainda que o corte de motos ocorreu em razão do clima (chuvoso) da cidade.

Sobre a colocação das 14 placas na Rua Benedito Calixto, a pasta explica que este foi um pedido feito por moradores em audiência pública. Pelos registros no 156, desde 2012 a sinalização é pedida em razão do excesso de caminhões e veículos pesados que trafegam na região. Ali perto fica a empresa Electrolux, que recebe diariamente muitos caminhões. "Essa rua é local, estritamente residencial, e não possui infraestrutura para tráfego deste porte. Cada cruzamento que tem, eu tenho que por uma placa em todas as direções que chegam veículos", explica o responsável pelo Departamento de Engenharia da Setran, Mauricio Razera. De acordo com a Setran, no mesmo período da implantação das placas na rua citada, outras sete vias da região receberam o mesmo benefício de sinalização, como a Rua Dona Bárbara e a Rua Henrique Mehl.

Segundo ele, há muitos casos semelhantes na cidade, como no Boqueirão, perto da empresa América Latina Logística.

Sobre o aluguel caro do novo prédio, a pasta não considera o valor elevado, pois estaria dentro do valor de mercado. A secretaria alega também que o prédio melhorou muito a estrutura concedida aos agentes.

Recentemente, a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) de Curitiba tem sido alvo de críticas por parte de servidores de seu próprio quadro de funcionários. O principal motivo das críticas é o corte na frota de motocicletas de fiscalização. Além disso, os agentes apresentam reclamações que passam pelo "excesso" de sinalização de uma rua no Uberaba ao custo do aluguel do novo prédio da secretaria – considerado alto pelos trabalhadores.

Os guardas reclamam que a frota de motocicletas da Setran caiu de 16 para oito. Enquanto isso, o município paga R$ 75 mil mensais de aluguel do novo prédio onde funciona a Setran, na Avenida Salgado Filho, no bairro Prado Velho. Para alguns agentes, esse gasto inviabiliza melhorias na frota e na fiscalização do trânsito em Curitiba, já que se seriam recursos que poderiam ser investidos em outras áreas.

Redução

Segundo um dos agentes ouvidos pela Gazeta do Povo, 16 motocicletas já seria um número insuficiente. "Antes eram oito motos por turno, agora são quatro. As ocorrências que chegam pelo telefone 156 são devolvidas sem atendimento devido a falta de gente e viaturas para atender", afirma.

De acordo com esse mesmo agente, em caso de acidentes, por exemplo, há necessidades de desvios. "São os motociclistas que fazem isso. Para a cidade toda, em todos os tipos de evento, desde acidentes com veículos irregulares, manifestações, corridas de rua aos fins de semana, as motos são usadas", relata.

Além disso, ele argumenta que, fora do Centro, está convencionado via sindicato da classe que apenas os guardas que estiverem em dupla [duas motos] podem fazer a fiscalização longe da região central. A medida foi tomada após a morte de um agente na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), ano passado. Esse aspecto diminuiria ainda mais a capilaridade das motocicletas na fiscalização, ainda mais com o corte da frota.

Sinalização

No caso da rua excessivamente sinalizada, a Benedito Calixto, no bairro Uberaba, a queixa dos guardas ouvidos pela reportagem – que preferiram não se identificar para evitar represálias –é em relação à implantação de 14 placas de sinalização (duas de pare, uma de "proibido veículo acima de 10 toneladas" e todas as outras de "exclusivo veículos até 1,8 toneladas") em uma via de apenas duas quadras e com pouco movimento.

Para os agentes, trata-se de desperdício de recursos públicos. Eles não entendem porque o município focou tanto na sinalização desta via, por exemplo, enquanto várias outras que necessitam não receberam a mesma atenção.

Segundo apurou a reportagem, cada placa custa, em média, R$ 350 para o município.

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