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Agentes penitenciários de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, protestaram nesta quarta-feira (3) contra a transferência de 108 detentos do Presídio Hildebrando de Souza para a Penitenciária Estadual de Ponta Grossa. A operação teve início nesta quarta e vai resultar em um preso a mais em cada cela do presídio estadual, quando a mudança de internos estiver completa – o que está previsto para a próxima semana.

As transferências foram determinadas pela Vara de Execuções Penais e autorizadas pela Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). A causa da remoção é a superlotação do presídio Hildebrando de Souza. Este último tem capacidade para atender 200 presos, mas estava com quase 700 até a semana passada.

Apesar disso, os agentes penitenciários que protestaram são contrários às transferências, porque o Presídio Estadual de Ponta Grossa passará a ter 51 presos a mais que a capacidade do prédio. Isso porque, conforme dados da Secretaria de Justiça, a penitenciária estadual tinha, até esta terça, 375 detentos na penitenciária estadual. Com mais os 108 que estão chegando a partir desta quarta, o presídio estadual passará a ter 483 internos. Mas o presídio estadual de Ponta Grossa tem capacidade de 432 vagas.

Uma possível ameaça à dinâmica de funcionamento da penitenciária estadual da cidade, que foi considerado modelo pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi um dos motivos que levou os agentes penitenciários a protestar. Eles ficaram com cartazes em frente à portaria da penitenciária estadual no início da tarde desta quarta-feira (3).

Segundo o presidente do sindicato Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson, é a primeira vez que a penitenciária estadual terá presos acima da capacidade. "Vão transferir o problema de uma área para outra. É uma tragédia anunciada, como a de Cascavel", informou em referência à rebelião da Penitenciária Estadual de Cascavel, que deixou cinco mortos em agosto. O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Paraná também participou do protesto.

Bruno Propst, diretor do Presídio Hildebrando de Souza, de onde partem os presos para a penitenciária estadual, a transferência será gradual e já começou. "Serão 20 presos por dia, atendendo ao critério de maior pena", acrescenta.

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