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Brasília – O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu ontem dez dias de licença do mandato parlamentar. Isolado e enfraquecido por uma série de denúncias, Renan pediu no último dia 11 uma licença de 45 dias da presidência do Senado. Desde então, ele não apareceu mais no Senado para trabalhar. No período em que está afastado do mandato, Renan não poderá depor no Conselho de Ética nem ser notificado de novas representações.

Oficialmente, interlocutores de Renan dizem que ele usará o período da licença para fazer exames médicos de rotina – que ele costuma fazer anualmente. Nos bastidores, entretanto, aliados de Renan disseram que ele teme retomar agora suas atividades como parlamentar no Senado.

O peemedebista já foi absolvido em um processo de cassação, mas ainda responde a outros quatro no Conselho de Ética da Casa por quebra do decoro parlamentar. Renan foi absolvido pelo plenário do Senado no processo em que foi acusado de usar recursos da empreteira Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso, com quem ele tem uma filha.

Renan ainda responde à acusação de ajudar a reverter uma dívida de R$ 100 milhões da Schincariol com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Neste segundo processo, o relator é o senador João Pedro (PT-AM). No terceiro processo Renan é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas. O processo tem o senador Jefferson Peres (PDT-AM) como relator.

O quarto processo foi aberto para investigar a denúncia de que Renan teria participado de um esquema de desvio de recursos em ministérios controlados pelo PMDB. O processo tem o senador Almeida Lima (PMDB-SE) – aliado de Renan – como relator.

O PSDB e o DEM apresentaram uma nova representação contra o peemedebista. Nessa representação, a quinta, ele é acusado de montar um dossiê para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). A espionagem teria sido feira pelo ex-assessor especial de Renan, o ex-senador Francisco Escórcio.

Mas Renan pode ter ainda pela frente um sexto processo. A Mesa Diretora deve autorizar hoje ao Conselho de Ética a abertura da sexta investigação contra ele. Desta vez, o peemedebista, conforme denunciou o jornal O Estado de S. Paulo, é acusado de utilizar o cargo para destinar recursos à empresa fantasma de um ex-assessor. Na representação, protocolada na semana passada pelo PSol, Renan é ainda acusado de supostamente ter praticado crimes de exploração de prestígio, tráfico de influência, intermediação de interesses privados, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.

Integrante da Mesa, o segundo vice-presidente do Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), defendeu que seja aberta a investigação contra Renan. Para ele, a última denúncia é a "mais grave de todas". "É a denúncia mais grave e a mais fácil de ser investigada", comentou ele, acrescentando que não há necessidade de haver testemunha, apenas checar se de fato existiu uma emenda para liberar verbas para o ex-assessor de Renan.

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