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Sali Guslen embarca para a Inglaterra em agosto: experiência de vida e muita expectativa na bagagem | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Sali Guslen embarca para a Inglaterra em agosto: experiência de vida e muita expectativa na bagagem| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Cuidado com contratos pode evitar danos

A excitação e o entusiasmo de embarcar em uma temporada de imersão fora do país não podem dar lugar à falta de cuidado quanto às contratações feitas para a viagem. O advogado Alceu Machado Neto lembra que é preciso garantir por escrito todo o descritivo dos prestadores de serviço envolvidos.

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Pacotes

Nem só de passeio vive o intercambista mais velho. Há também profissionais experientes que buscam aprimoramento do idioma em terra estrangeira. Confira alguns detalhes dos pacotes:

Destinos

Inglaterra, Itália, França e Espanha são os mais procurados. Há também pacotes para os Estados Unidos.

Preços

Em média, os custos com o curso e a hospedagem ficam em torno de US$ 3 mil (R$ 5,4 mil), para 20 horas de aulas semanais e acomodação com café da manhã e jantar incluídos. Os valores não incluem as passagens.

Período

Há pacotes de duas semanas a dois meses. A média de permanência é de 45 dias.

Acomodação

Os estudantes maduros são recebidos em casas de família, como ocorre com adolescentes. Mas, neste caso, os anfitriões também são aposentados, na mesma faixa etária dos hóspedes, que vão ocupar o quarto do filho que acabou de deixar a casa. A visita é um antídoto contra solidão e uma oportunidade para conhecer gente nova.

Temporada

Os meses mais procurados são os de fim das férias de verão na Europa, depois da segunda quinzena de julho até o fim de setembro. O clima ameno é mais agradável para os mais velhos.

Cuidados

Seguros são obrigatórios antes mesmo do embarque. Quem tem problemas de saúde e toma remédios controlados, precisa levar receita médica traduzida para eventual compra do medicamento.

Ela está em contagem regressiva. Em um mês, Sali Guslen vai em­­bar­­car para a viagem de seus sonhos. Já revisou mentalmente a bagagem, preparou toda a documentação, pagou antecipadamente todas as taxas e pendências e está ensaiando seu desempenho na alfândega, para não fazer feio na hora em que chegar à terra estrangeira. "Sempre quis fazer isso e nunca tive oportunidade. Agora é a minha vez", conta a pedagoga aposentada de 60 anos.

O entusiasmo para encarar uma temporada de intercâmbio cultural na Inglaterra não é menor do que o de uma adolescente prestes a passar uma semana na Disney. Sali está eufórica com a oportunidade de frequentar a escola e morar em uma casa de família tipicamente inglesa. A partir de agosto, vai passar 30 dias em Bournemouth, no litoral sul da Inglaterra. Vai aprimorar o inglês que tantas vezes ensaiou em concluir durante a vida e, de quebra, conhecer mais da cultura e dos hábitos do povo que vai recebê-la. "Nunca consegui terminar os cursos que comecei enquanto trabalhava. Há um ano estou me dedicando ao aprendizado com mais empenho. Viajar é a oportunidade de ouro para aprimorar o idioma, fora a experiência de vida", diz.

Sali faz parte de um novo filão de clientes das empresas de intercâmbio cultural. De olho no vigor e na saúde dos novos aposentados, foram criados os pacotes especiais para a terceira idade. Eles têm cargas horárias adaptadas nas escolas de línguas no exterior, roteiros culturais mais atraentes e hospedagem em casas de família da mesma faixa etária do estudante.

"Eles vão além do roteiro turístico comum, que pode ser muito cansativo e limitante. O pacote cultural alia o divertimento ao aprendizado e isso é enriquecedor", explica Wilson Rodrigues Vieira, diretor da Bex Londrina, uma das pioneiras neste tipo de atendimento no país.

A prática é muito comum entre os idosos europeus. Eles circulam pelo continente, cumprindo programações culturais e gastronômicas. Para ampliar o público, as escolas também adaptaram seus programas de aprendizado e oferecem uma didática no ensino de línguas mais voltada ao estudante maduro, com aulas mais curtas e com ritmo adaptado ao perfil. O fluxo de estudantes brasileiros aumentou. "Entre as 15 filiais do país, mandamos cerca de cem alunos acima de 50 anos para o exterior todo ano", diz Vieira.

O movimento aumentou nos últimos dois anos. O consultor Tiziano Borgonovo, da Expand, lançou o pacote depois da experiência com a própria mãe. Ele mora na Inglaterra há 12 anos e é o responsável pela base europeia da empresa, auxiliando estudantes nas rotinas da escola e hospedagem. Seu conhecimento sobre escolas e casas de família deu a segurança de que precisava para encaminhar a mãe Regina Rewai Borgonovo, de 67 anos, para as aulas em frente à sua residência, em Bournemouth. "Ela tinha vindo conhecer a minha filha e ficou uma temporada de três meses", conta.

Regina era a única brasileira de uma turma plural, com alunos de todas as faixas etárias e dos mais diferentes países. A professora aposentada conheceu um pouco mais da cultura e dos hábitos dos povos de várias partes do mundo por causa dos seus colegas. "Quem é de país frio, é mais retraído. Os mais expansivos são os que vêm de países quentes", diz. Quase cinco anos depois da experiência, conta com admiração sobre o que observou durante a temporada de estudos no exterior. "Os ingleses são extremamente educados, mas não fazem amizade facilmente. Pude frequentar a casa dos amigos do meu filho e observar a rotina doméstica deles. Também visitei escolas e vi como são cuidadosos com o meio ambiente", conta.

Regina mantém correspondência com os colegas de turma. Troca e-mails e cartões e guarda as lembranças em dezenas de fotos. Essa reciprocidade nas relações é uma das características dos intercambistas maduros, de acordo com Vieira, da Bex. "Com os mais velhos, conseguimos praticar o verdadeiro intercâmbio. Eles vão para fora e depois trazem os amigos – que conheceram na escola ou seus anfitriões – para virem ao Brasil", diz.

Serviço:

Intercâmbios Expand: www.expandlanguages.com.

Bex Intercâmbio Cultural: www.bexintercambio.com.br.

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