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973 adolescentes estão internados nas unidades do sistema socioeducativo do estado.

A agressão a um educador social do Centro de Socioeducação de Londrina (Cense) II, no último domingo, trouxe à tona a discussão sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria no Paraná, como falta de efetivo e desvio de função. A violência se deu em dia de visitas, quanto o funcionário levava os internos para o banho. Emanuel Lopes de Paula, 34 anos, foi golpeado na cabeça e teve o nariz quebrado. Na ocasião, oito funcionários cuidavam de 50 adolescentes na unidade. O ideal, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Socioeducação (Sindsec), Dirceu Soares, seria um educador para cada quatro jovens.

Uma semana antes da agressão registrada em Londrina, uma assistente social teria recebido ameaças dentro do mesmo centro. "Chegamos a levar a situação ao conhecimento das autoridades, mas nenhuma providência foi tomada", diz Soares. Ele sustenta que para que os educadores sociais possam trabalhar de maneira eficiente o governo precisaria ao menos dobrar o número de agentes concursados em atividade. "São cerca de 600 efetivos e 300 contratados como temporários. O concurso que foi feito recentemente só vai substituir os que o contrato está acabando. Com educadores se aposentando, precisaríamos ter mais 650 na função."

Com um efetivo maior, seria possível ter mais segurança e eficiência nas atividades, argumenta o dirigente sindical. Além disso, segundo ele, estariam faltando profissionais multidisciplinares na maioria dos Censes. De acordo com o governo estadual, os novos educadores sociais aprovados em concurso devem ser nomeados no início de 2015. Ações como revistas, escoltas e guardas, diz Soares, também emperram o trabalho diário. "O nosso trabalho é socioeducar, não fazer a segurança. Mas, quando precisam levar os adolescentes a hospitais, postos de saúde, é o educador social quem faz isso, sem a polícia."

Recentemente, o Sindsec pediu uma audiência com a secretária da Família, Fernanda Richa. Na pauta de discussões deve entrar ainda a mobilização para que a função de educador social seja regulamentada como profissão.

Segundo a Secretaria da Família, não houve comunicação oficial do sindicato sobre ameaças a servidores do Cense, e o caso de Londrina não tem relação com a falta de efetivo. "Trata-se de um fato pontual, e estão sendo levantadas responsabilidades", diz trecho da nota. Segundo a secretaria, o jovem que agrediu o educador foi encaminhado ao MP para ser ouvido. Um procedimento administrativo vai averiguar se houve falha de procedimento.

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