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Cansado de sofrer por cerca de 60 dias para buscar água em um rio na comunidade de Água da Boa Sorte – tendo um poço artesiano perfurado no ano passado a poucos metros da propriedade –, o agricultor Jair Mariano Soares, de 56 anos, denunciou a prefeitura de Campo Mourão ao Ministério Público.

Segundo ele, a comunidade teve o poço artesiano perfurado em julho, numa parceria do governo do estado com a prefeitura. "A parte do estado foi feita, e a prefeitura prometeu levar a água a todos os moradores em 15 dias. Mas por enquanto só ficou na promessa", conta. Soares disse que secretários e o prefeito estiveram no local várias vezes, prometendo providenciar a água à comunidade. "O problema é que eles só vêm no período das eleições, depois esquecem."

O agricultor espera que o Ministério Público pressione a prefeitura a cumprir a sua parte no acordo. "Falta instalar a caixa, a bomba e os canos", explica. O poço terá uma vazão de 58 mil litros de água por hora. Enquanto a situação não se resolve, Soares improvisou um traçado de arado para percorrer 500 metros de um terreno acidentado. "É a única forma de ter água em casa", argumenta.

As 17 famílias da comunidade cujas minas d’água secaram estão tendo que enfrentar um verdadeiro penhasco para buscar água em um rio. A dificuldade é tanta que os moradores pedem ajuda a vizinhos para subir com baldes e tambores de 20 litros d’água.

O poder público, por seu turno, se dedica a um jogo de empurra. O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Gilmar Kwitschal, explica que a responsabilidade em levar água aos moradores é da Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente. O secretário da Agricultura do município, Neuri Dal Molim, rebate que a responsabilidade é da Sanepar. O gerente regional da Sanepar, Rubens Rufine, diz que existe a possibilidade de a empresa atender os moradores, mas isso não seria sua obrigação.

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