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Um grupo de 80 produtores rurais que tiveram prejuízos após a Copel abrir as comportas da Usina Hidrelétrica Governador José Richa (Salto Caxias) se reuniram ontem com representantes da empresa e da Defensoria Pública na sede do 6.º Batalhão de Polícia Militar em Cascavel, no Oeste. Eles cobram da companhia indenizações pelos danos sofridos após a abertura do vertedouro, quando fortes chuvas atingiram o estado no início de junho. Com a liberação das comportas, casas foram levadas rio abaixo nos municípios de Realeza, Capanema, Capitão Leônidas Marques, Boa Vista da Aparecida e Nova Prata do Iguaçu.

O superintendente de gestão do patrimônio imobiliário da Copel, Carlos Eduardo Medeiros, reconhece que produtores tiveram problemas em função da abertura do vertedouro, mas diverge quanto aos números apresentados pelos moradores. Segundo ele, a abertura afetou diretamente 60 famílias, mas os agricultores dizem que foram pelo menos 315. Somente em Capanema, os produtores afirmam que 111 famílias foram afetadas, mas a Copel não reconhece nenhuma delas. Segundo Medeiros, os laudos foram feitos de forma individual nas propriedades. "A gente está tratando os casos de indenização em que a Copel entende em que ela teve uma influência por causa da operação da usina", diz. Segundo ele, a empresa estuda uma "ajuda humanitária" aos demais atingidos, mas não uma indenização.

Para o defensor público Diego Cantoario, que acompanhou a reunião, a Copel tem responsabilidade pelos danos em mais de 60 propriedades. Ele pretende entrar com ações judiciais individuais para tentar reverter os prejuízos dos agricultores. "A Defensoria não concorda com a proposta da Copel e nós acreditamos que muitos desses danos causados devem ser indenizados e que a maior parte é, sim, responsabilidade da Copel", diz.

Insustentável

O produtor Romeu Kafer, de Capanema, diz que a situação está insustentável e que se não houver uma resposta imediata a população vai ocupar a usina. "Ficamos totalmente sem chão. Uma coisa que me inspirava na propriedade era acordar todo o dia de manhã e olhar aquela coisa bonita que a gente tinha. Hoje quando a gente vai lá só vê os destroços."

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