Foz do Iguaçu - Cerca de 150 proprietários rurais do distrito de Maracajú dos Gaúchos, em Guaíra, no Oeste do estado, mantiveram reféns dois funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) por quase sete horas. Uma terceira servidora, também detida pelo grupo por volta das 9 horas, foi libertada ainda no fim da manhã. Os agricultores temem ter as terras desapropriadas para a demarcação da área onde atualmente vivem seis famílias quilombolas.
Acompanhados de estudantes de Antropologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), os funcionários foram abordados pelos agricultores assim que chegaram à área que margeia a PR-163, entre os municípios de Guaíra e Marechal Cândido Rondon. As polícias Militar e Federal estiveram no local, mas os agricultores exigiram a presença da televisão para libertar os funcionários.
Em nota, a superintendência do Incra no Paraná explicou que os funcionários rendidos estavam encarregados de fazer o levantamento topográfico da área reivindicada pelos remanescentes da Comunidade Manoel Ciriaco dos Santos, instalada na região há 40 anos e reconhecida pela Fundação Zumbi dos Palmares. No sítio de seis alqueires, as famílias cultivam feijão, mandioca, hortaliças e legumes.
Junto com o estudo antropológico, os dados farão parte do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação. O documento é parte essencial no processo de reconhecimento da comunidade como originalmente quilombola, garantindo aos descendentes de escravos a demarcação e o título das terras ocupadas. O impasse entre os quilombolas e os proprietários rurais se arrasta desde 2006, quando os líderes da comunidade iniciaram o processo de titulação das terras. O Incra acredita que será necessário desapropriar algumas áreas vizinhas.
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