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Quem for curtir o carnaval na Ilha do Mel deve ficar atento ao beber água de torneira. Uma análise feita pela Secretaria Estadual de Saúde mostra que é alto o índice de contaminação na água distribuída na rede que atende as praias de Encantadas e do Farol das Conchas. De oito amostras em uma coleta realizada em dezembro, seis (75%) estavam contaminadas.

A secretaria recomenda que os foliões que não puderem usar água mineral e forem utilizar a água da torneira realizem um processo de eliminação de bactérias, que pode ser feito por meio da fervura, contando 15 minutos após o início da ebulição, ou pingando duas gotas de água sanitária para cada litro de água. Quem estiver na ilha e tiver sintomas como diarréia e vômito deve procurar o posto de saúde para uma avaliação. "É importante que não se tente bloquear a diarréia por medicamentos", afirma o chefe da Vigilância Sanitária da Regional de Saúde de Paranaguá, Diovaldo Almeida de Freitas.

Em alguns pontos de Encantadas, para cada amostra de 100 ml de água analisada foram encontradas 14,5 bactérias de coliformes fecais – indicativas de poluição por esgoto. O índice aceitável para consumo é de nenhuma bactéria para cada amostra. A análise de outros oito pontos, nas praias de Fortaleza e de Nova Brasília, só ficará pronta depois do feriado de carnaval, informa Freitas.

A Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá (Cagepar), empresa vinculada à prefeitura que presta serviços abastecimento de água na ilha, foi informada pela Gazeta do Povo a respeito dos resultados da análise da secretaria. O presidente da empresa, Edson Pedro da Veiga, reconhece, porém, que a ilha tem problemas de saneamento.

Lençol freáticoO local tem um lençol freático alto e, segundo Veiga, desde o início da exploração turística, nunca foi realizada uma limpeza das fossas sépticas da ilha – fato que deixa o subsolo altamente contaminado. E, durante a temporada, devido à grande quantidade de turistas, a Cagepar é obrigada a utilizar a água de poços para abastecer a população – o que poderia explicar os índices de contaminação. "A verdade é que nunca tiveram uma visão da ilha como ela merece", critica o presidente da empresa.

Veiga afirma que a Cagepar tem, no entanto, um projeto para a construção, ainda neste ano, de duas estações de tratamento de água na Ilha do Mel. Com elas, o problema de contaminação seria eliminado. O projeto será tocado mediante uma parceria com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa). "Não adianta a gente fazer ações paliativas. Por isso entramos com um projeto junto a Funasa para tentar uma solução definitiva do problema. Já recebi a nota de empenho e, a partir de junho, a verba estará liberada. Até novembro as obras devem estar prontas".

Uma das estações, que atenderá Nova Brasília e a Praia da Fortaleza, terá capacidade para suprir a demanda de 3,5 mil pessoas. A outra estação, nas Encantadas, servirá a 1,5 mil pessoas. Serão gastos nas obras R$ 1 milhão. "A prefeitura de Paranaguá vai arcar com R$ 102 mil e o governo federal, com R$ 917 mil", afirma o presidente da Cagepar.

Além das estações de água, a Cagepar fez um requerimento nesta semana de um projeto para a construção de uma estação de tratamento de esgoto. "A obra deve custar em torno de R$ 3 milhões."

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