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Brasília – Mesmo com a divulgação do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que aponta o PSDB como um dos principais partidos envolvidos com o escândalo dos sanguessugas, entre 2000 e 2004, o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) responsabilizou ontem o governo Lula pelo desvio de recursos do Orçamento da União para a compra fraudulenta de ambulâncias. "Deputados são as filiais, mas a matriz é o governo federal. É de lá que sai o dinheiro, sai do governo federal. O ministério é que libera dinheiro e tem o dever de controlar e punir essa cadeia que se estabelece para tirar dinheiro da população", afirmou, depois de mais uma reunião para discutir o programa de governo.

Para Alckmin, o esquema de corrupção investigado pela CPI dos Sanguessugas não é um fato isolado e mostra a falta de controle sobre o dinheiro público. Ele, no entanto, foi cauteloso ao falar sobre a citação do nome do candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB) pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Segundo o dono da Planam, empresa que presta serviços a administrações municipais, Serra teria respeitado os convênios quando esteve à frente do Ministério da Saúde. "Acho que precisa ter cuidado com essas coisas. Mas temos de investigar tudo, pois esclarecer é bom para todo mundo", disse.

Cobrança

Além de Alckmin, integrantes do comando político da campanha cobraram responsabilidade da administração federal no caso dos sanguessugas. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) exigiu a apuração do suposto envolvimento de ex-ministros da Saúde da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, como o candidato a governador de Pernambuco Humberto Costa e Saraiva Felipe, candidato a deputado por Minas Gerais, antes das eleições. "A partir do momento em que privilegia o Executivo, o governo federal passa a fraudador de primeira classe", observou.

Em reunião na sede do PSDB, o comando da campanha também debateu ajustes na carta de compromisso com o Nordeste, que será anunciada no dia 4, em Recife (PE). O eixo do documento, intitulado "O Novo Nordeste", é a recriação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), extinta em 2001.

Alckmin também acusou Lula de agravar o quadro fiscal em véspera de eleição, gastando mais do que arrecada. "Ele está criando uma situação fiscal pior, em véspera de eleição e em fim de governo. O que não é correto eleitoralmente", disse.

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