Pesquisa que mapeou a situação do aleitamento materno no Brasil, verificando os fatores que favorecem e desfavorecem a amamentação de crianças menores de um ano de idade, identificou que mães da Região Norte do país aleitam por mais tempo seus filhos.

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Maior renda, mães de cor negra ou parda, residência em área rural e presença de duas os mais crianças menores de 5 anos no domicílio foram os fatores detectados pelo estudo que colaboram para um tempo maior de amamentação. Mães com idade superior a 30 anos, a presença de quatro ou mais moradores no domicílio e a utilização de creche foram fatores negativos ao aleitamento percebidos pela pesquisa.

As ações do governo influenciam. Isso pode explicar porque o aleitamento é maior ou menor em uma região. Na Região Norte existe muita gente vivendo em área rural, isso é um fator positivo. Na Região Sudeste, é todo mundo na área urbana.

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A freqüência em creche e o número maior de moradores foram fatores primordiais para um pior desenvolvimento no Sudeste, explica a autora do estudo, a pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Daniela Wenzel.

Segundo a pesquisadora, o fato de a mãe ter maior renda proporcionar maior tempo de aleitamento pode ser explicado pelo maior acesso a mais meios de comunicação e informação. Já as mães negras amamentariam mais devido a questões culturais. Antigamente, as mulheres negras eram usadas como amas de leite. E essa cultura [de pessoas de cor negra amamentarem mais] vem até os dias de hoje.

A cultura ainda é apontada como hipótese para explicar o maior aleitamento na zona rural. Existe a permanência de padrões culturais. Antigamente, na área rural, as mães tinham mais tempo E então se amamentava mais. E achamos que isso continua até os dias de hoje, diz.

A experiência em aleitamento obtida pelas mães pode ainda explicar o maior sucesso na amamentação em domicílios com duas ou mais crianças menores de 5 anos. "Nesses casos, a mãe já entende a necessidade de amamentar o filho pela experiência anterior".

Já um maior número de moradores em uma mesma residência interfere negativamente no aleitamento. "Uma hipótese é que ter quatro ou mais moradores no lar pode gerar excesso de trabalho doméstico, deixando a mãe sobrecarregada e diminuindo a atenção criança".

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Duas outras variáveis também interferem negativamente na amamentação: o uso de creches e mães com idade superior a 30 anos. Segundo a pesquisadora, as creches interfeririam negativamente porque as mães têm menos contato com a criança.

Já as mães com idade superior a 30 anos normalmente estão mais comprometidas com o trabalho fora de casa. O trabalho prejudica o tempo destinado ao cuidado da criança e a disponibilidade que a prática do aleitamento precisa, diz Daniel Wenzel.