• Carregando...
Participantes andaram da Praça do Japão até o Parque Barigui | Mendonça Júnior/Divulgação
Participantes andaram da Praça do Japão até o Parque Barigui| Foto: Mendonça Júnior/Divulgação

Opinião

O mais difícil é começar

Tatiana Duarte, repórter

Há três semanas, por problemas de saúde, tive de retornar a fazer atividade física regularmente, após ter parado por um ano. Agora pratico musculação ou pilates todos os dias para reduzir o nível de estresse. Como mais um incentivo à minha recuperação, resolvi participar da Caminhada do Coração ontem pela manhã.

No meu caso, o mais difícil é acordar cedo. Mas é só não pensar muito, respirar fundo e correr para o chuveiro que dá certo. Antes do início, pensei que me cansaria muito caminhando da Praça do Japão ao Parque Barigui, afinal são cerca de cinco quilômetros. Mas num ritmo médio e conversando com as pessoas, o tempo passou tão rápido que quando me dei conta já estava lá. Ao final, alongamento e pronto, simples assim. Não doeu, não tirou um pedaço de mim, nada. Fiquei com mais disposição para enfrentar um dia de trabalho em pleno domingo.

O Dia Mundial do Coração, em Curitiba, pela sexta vez consecutiva, foi marcado por uma caminhada que reuniu 15 mil pessoas de todas as idades. Crianças, jovens e idosos saíram ontem, às 9 horas, da Praça do Japão com destino ao Parque Barigui. Foram duas horas de caminhada para chamar a atenção da população sobre o risco do sedentarismo para a saúde do coração.

O evento é promovido há seis anos pelo Hospital Cardiológico Costantini e de acordo com o diretor-geral, o médico Costantino Costantini, é uma forma de estimular as pessoas que ainda não praticam exercícios a começar com uma simples caminhada. "Muita gente participa do evento e se anima para iniciar a prática de atividade física", ressalta.

O médico lembra que mesmo com a evolução da tecnologia na medicina, em termos de diagnóstico e medicação, as doenças cardiovasculares continuam sendo as maiores causas de morte no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 17,1 milhões de pessoas por ano morrem de doenças do coração. "Não adianta apenas tomar a medicação. O exercício é a mola mestra da saúde e a sociedade precisa se educar para isso", afirma.

E convencer os sedentários a praticar atividade física regularmente é mesmo um desafio. Apesar de ter sofrido um enfarte há três meses, a dona de casa Maria Thiessen, 61 anos, ainda reclama de falta de tempo para fazer suas atividades. "É a primeira vez que participo desta caminhada, sei que tenho de fazer sempre, mas ainda não consegui me organizar", ressalta.

A corretora de imóveis Mari­lene Valle, 37 anos, comenta que voltou a se exercitar há três semanas. Participa de um grupo de ginástica no bairro Cidade In­­dustrial, onde mora, e está animada a continuar. "Tenho um problema na coluna. Meu médico já tinha indicado atividade há algum tempo, mas só quando voltei a sentir dores fui procurar fazer exercício", afirma.

Sua amiga, a costureira Jamira da Silva Pereira, 53 anos, pratica exercícios há mais tempo e foi ela quem chamou Marilene para participar desta caminhada. Para se hidratar durante o percurso, Jamira equilibrou uma garrafinha de água em cima da cabeça, sem segurar com as mãos. "Eu morava no norte de Minas Gerais e estava acostumada a carregar latas de água até a nossa casa", afirma.

Prevenção e esclarecimentos

Outros eventos também foram organizados na capital para prevenir e esclarecer dúvidas sobre as doenças cardíacas. Os hospitais Vita Curitiba e Vita Batel realizaram ações durante todo o fim de semana nos shoppings Crystal Plaza, Mueller, Palladium e Total, e na Feira de Gastronomia Batel Soho. Profissionais da saúde deram dicas às pessoas que passavam para prevenir doenças do coração, distribuindo material explicativo e aferindo a pressão arterial.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]