Aproveitando a crise com a Venezuela, aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, já definiram a estratégia ideal para apressar o desfecho da representação do PSol contra o peemedebista. Eles estão apostando no relatório que o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PMDB-SP), vai elaborar, a partir de toda a documentação bancária e fiscal que recebeu do advogado do presidente do Congresso. A expectativa do grupo mais próximo de Renan é de que em um cenário mais otimista, o caso possa ser encerrado na semana que vem.
Isto, no caso de a "peça" apresentada por Tuma ser consistente o suficiente para demonstrar que o presidente do Senado pagava com recursos próprios a pensão alimentícia e o aluguel da casa da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. "O relatório do corregedor pode ser uma informação importante que dê aos conselheiros condições de decidir se devem ou não abrir processo disciplinar para investigar o caso", resume o líder do governo e suplente do PMDB no Conselho, senador Romero Jucá (RR).
A decisão está nas mãos do presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado (PT-AC), mas ele mesmo se recusa a antecipar qualquer passo sem antes conhecer o relatório Tuma. A despeito dos protestos do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que invoca o regimento interno para argumentar que os documentos deveriam estar nas mãos dos conselheiros, e não do corregedor, o fato é que Tuma é membro nato do Conselho e foi ele quem tomou a iniciativa de convocar reunião para instalar o colegiado. Demóstenes insiste que pelas normas regimentais cabe ao corregedor examinar apenas denúncias relacionadas a atos praticados pelos senadores nas dependências do Senado. A acusação que pesa sobre Renan, de que o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, teria pago suas despesas pessoais, foge aos limites físicos do Congresso.
O líder do PSol na Câmara, Chico Alencar (RJ), advertiu ontem que seu partido não aceitará o "arquivamento sumário" da representação contra Renan.
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