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O sinal de que o PT está disposto a destacar, na resolução de seu 3.° Congresso, a intenção de ter candidato próprio às principais prefeituras do país, em 2008, e à sucessão do presidente Lula, em 2010, foi suficiente para ampliar as críticas da base aliada. Os deputados Ciro Gomes (PSB-CE) e Aldo Rebelo (PC do B-SP), dois ex-ministros do governo Lula, disseram que a coalizão não pode correr riscos e precisa cautela para se manter unida pelo menos até o fim deste segundo mandato.

"A coalizão não depende de um decreto, mas, sim, da vontade política dos partidos que a compõem", afirmou Aldo. Ex-presidente da Câmara, o deputado disputou e perdeu o comando da Casa, no início deste ano, para Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Lula tem muita sorte: aquilo podia ter dado um racha aqui que nunca mais a gente segurava os pedaços", emendou Ciro, que é potencial candidato à sucessão do presidente e espera contar com sua bênção.

Na outra ponta, prestes a entrar em novo embate com o PT, Aldo é taxativo: avisa que não desistirá de concorrer à prefeitura de São Paulo em 2008. Por ironia do destino, pode até mesmo enfrentar Chinaglia, se a ministra do Turismo, Marta Suplicy, mantiver sua posição de somente entrar no páreo em 2010, na disputa pelo governo paulista. Além de Marta e Chinaglia, o PT tem outros quatro pré-candidatos à prefeitura.

"O PC do B luta sempre pela união, mas temos que admitir que nem sempre é bem-sucedido", disse Aldo. "É direito do PT ter candidatura própria e é direito de quem discorda apresentar outros nomes." Para o ex-presidente da Câmara, que integra o chamado "Bloquinho", com o PSB de Ciro e o PDT do deputado Miro Teixeira (RJ), nem sempre a unidade é possível, principalmente se o casamento proposto é com o PT.

Ciro tem conversado "freneticamente" com os partidos da base aliada do governo, na tentativa de construir um acordo para um projeto de país "pós-Lula". "É da natureza do PT ter candidato, está no seu DNA, mas afirmo que ele poderá ou não ser o nosso", ressalvou. O ex-ministro não teme confronto com o PT e afirma que, para cumprir uma missão relevante, "tem coragem de mamar até em onça". Mas diz não querer apresentar sua candidatura nas mesmas condições de 1998 e 2002. "A primeira vez fui candidato porque pretendia fundar um campo. Na segunda, criei uma aliança completamente esquisita e não estava maduro", explicou.

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