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Brasília – Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já imagina colher os frutos políticos da coalizão que implantou poderá ter de enfrentar antes os problemas de se aliar com partidos nem sempre estáveis no seu comportamento. Integrantes da base de apoio do governo no Congresso já começaram a prevenir o presidente que se o PMDB não se comportar como parceiro em tempo integral, a base poderá sair de controle nas votações de interesse do presidente Lula na Câmara e no Senado.

"Se o PMDB votar contra algum projeto do governo depois de ganhar cinco ministérios, todos os partidos com menor espaço vão se sentir liberados para também não votar com o governo", previne o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), integrante da base e que chegou a ser cogitado para ocupar o Ministério da Agricultura.

A maior queixa dos aliados é com o amplo espaço destinado pelo governo ao PMDB no processo da coalizão. Agora, a equipe ministerial de Lula terá cinco ministros pemedebistas: Hélio Costa (Comunicações), Silas Rondeau (Minas e Energia), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), José Gomes Temporão (Saúde) e um nome que será indicado para a Agricultura. A primeira negociação de Lula com o PMDB apontou o nome do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para assumir o cargo. Mas a informação de que ele responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) e a descoberta da alta evolução do seu patrimônio pessoal, deixaram a indicação ameaçada.

Sem tanto espaço, partidos aliados como PSB, PR, PC do B, por exemplo, torcem o nariz para a ampliação conquistada pelos pemedebistas. O PR reclama que poderá perder o controle dos portos que sairiam da alçada do Ministério dos Transportes, controlado pelo partido, indo parar nas mãos do PSB, que assumiria uma nova secretaria especialmente criada para cuidar do setor.

No meio desse tiroteio, os partidos de oposição não poupam críticas à formatação da coalizão e à composição do novo ministério de Lula, feito sob medida para abrigar esse novo conceito adotado pelo presidente.

"O presidente não olha para a qualidade dos quadros que escolhe. Quadro, para ele, é partidário. E, de preferência, que não seja do PT", ironiza o líder da minoria na Câmara, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS).

No seu blog, o prefeito do Rio, César Maia (PFL), bateu pesado. "Esse ministério de forças políticas centrípetas só vai ciscar para dentro. Esse ministério não vai levar qualquer tema a lugar algum. E isso num momento em que se colocam na mesa de discussão temas como aquecimento global, um novo ciclo de incertezas financeiras, modelos de gestão, ciência e tecnologia, etc... etc ..", escreveu.

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