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Brasília – Os partidos da base do governo Lula, agora com maior poder de pressão, não querem repetir a experiência que viveram no primeiro mandato do presidente. O PT, com uma bancada de deputados e senadores que representava 25% dos votos da base no Congresso (91 deputados 14 senadores), ficou com 64% dos cargos federais e de segundo escalão nos estados. A correção desse desequilíbrio foi a principal reivindicação que os partidos aliados levaram ao presidente e ao ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, nas sucessivas reuniões para tratar do governo de coalizão.

Para se garantir contra o apetite dos petistas, os aliados propõem que a adoção de uma regra da verticalização, pela qual o partido que tem o ministro ocupe também os cargos de confiança da pasta, no segundo escalão e nos estados.

"A intenção do presidente é verticalizar, se ele fizer isso a situação melhora bastante e dá para acomodar a base do governo ", diz o líder do PR (ex-PL), deputado Luciano Castro (RR).

O ex-líder do PCdoB Renildo Calheiros (PE) diz que, se não houver mudanças, a base continuará sujeita a crises, submetendo o governo a barganhas, cada vez que for preciso aprovar um projeto no Congresso.

"Se as coisas se mantiverem como no primeiro mandato, os problemas políticos vão recrudescer. A maior falha do primeiro mandato foi na relação com a Casa. O PT não pode querer um parceiro só na hora de votar. Tem que abrir o governo", diz o líder do PTB, José Múcio (PE).

O petebista lembra que o presidente Lula afirmou que iria cuidar pessoalmente da questão dos cargos. Os aliados avisaram que não vão repetir a experiência de quatro anos atrás, quando suas indicações foram rejeitadas, sob a alegação de que os nomes propostos não eram qualificados. No entanto, petistas foram nomeados sem uma avaliação rigorosa.

"Tem que mudar. Quem tem o Ministério dos Transportes indica os representantes do Dnit nos estados. Essa é a tendência e isso nos agrada", diz o líder do PP, Mário Negromonte (BA).

A coordenação do governo – ministros Tarso Genro (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Dulci (Secretaria Geral) – está levantando as indicações políticas feitas para os cargos federais e de segundo escalão. O complicado será afastar petistas para abrir espaço aos aliados.

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