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Discutir a alimentação está na moda. É só abrir as páginas das revistas, ligar a tevê ou ouvir as conversas nos restaurantes. Carboidratos, proteínas, tipos de gordura, benefícios deste ou daquele alimento... Informações nem sempre fundamentadas andam de boca em boca, de site em site, ampliando o "conhecimento" muitas vezes deturpado do que seria uma alimentação saudável.

O perigo é, a partir de um bom hábito, cair na obsessão prejudicial pela qualidade da comida, comportamento que já ganhou nome: ortorexia nervosa (do grego orthos: correto e orexis: apetite). "Quando aparecem na mídia alimentos funcionais, as pessoas com ortorexia começam a ingeri-los e deixam de lado outros grupos alimentares saudáveis", conta a médica Maria Del Rosario Zariategui de Alonso, professora de pós-graduação em Nutrologia da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Muitos também deixam de comer algo que consideram prejudicial – como carne, laticínios ou gorduras – e não substituem adequadamente. Em alguns casos, o ortoréxico gosta do alimento, mas se proíbe de comê-lo temendo o "envenenamento" que possa provocar. Conforme a nutróloga, o transtorno é mais comum entre mulheres na faixa dos 30 anos, de classe média alta e alta, e pode ser considerado uma espécie de fome oculta, na medida em que restringe a alimentação e pode causar deficiências nutricionais.

"Pessoas com ortorexia nervosa passam mais tempo que o habitual com pensamentos em relação à comida ou planejando sua alimentação, chegando a 3 horas", diz Maria Del Rosario. Além da saúde, o distúrbio afeta a vida social, já que os ortoréxicos evitam ir a restaurantes, festas e até à casa de amigos, pelo medo de ingerir algo "impuro".

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Julia Roberts só bebe leite de soja e, por via das dúvidas, carrega uma garrafinha com o líquido.

Jennifer Lopez apenas prova tortilla, um tipo de massa de trigo ou milho, que seja feita com clara de ovo.

Mel Gibson não come carne de frango porque tem medo de que os hormônios da ave aumentem suas mamas.

A atriz Gwyneth Paltrow é fã da dieta macrobiótica, em que os alimentos básicos são cereais inteiros e cozidos, verduras e legumes.

Demy Moore faz a dieta da comida crua, que consiste no consumo de verduras, frutas secas, sementes, comidas fermentadas e vegetais não cozidos.

Marlon Brando, morto em 2004, só comprava iogurtes que antes haviam sido analisados em sofisticados laboratórios para se certificar de que não continham gordura.

Matéria originalmente publicada no caderno Viver Bem, do jornal Gazeta do Povo, no do dia 4 de dezembro de 2005

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