Os advogados da estudante Geisy Arruda entregaram nesta segunda-feira um requerimento à Delegacia de Defesa da Mulher de São Bernardo, pedindo a apuração do crime de injúria contra a garota, expulsa da Universidade Bandeirante (Uniban) no domingo. No dia 22 de outubro, Geisy foi xingada e ameaçada de agressão pelos colegas por ter ido à faculdade com um vestido curto. A defesa pretende entrar com uma ação judicial para garantir o retorno da aluna à universidade.
A delegada titular da Delegacia da Mulher, Angela Ballarini, afirmou que o inquérito já foi aberto e avisou que o primeiro passo da investigação será ouvir Geisy para tentar identificar os possíveis envolvidos no manifesto contra ela, que teve de sair da faculdade escoltada pela Polícia Militar. O depoimento da estudante ainda não foi marcado, mas está previsto para acontecer até a próxima semana.
Segundo um dos advogados de Geisy, João Ibaixe, o requerimento inclui sete crimes que devem ter ocorrido com a garota na universidade: difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal ato obsceno, incitação ao crime e cárcere privado, por causa da aluna ter ficado numa sala até a polícia chegar. "Ela teve seu poder de locomoção limitado", explicou Ibaixe.
O processo visa identificar e culpar os alunos envolvidos no protesto, assim como os funcionários da Uniban, que não tomaram as medidas necessárias para evitar que a situação fugisse do controle
De acordo com Ibaixe, a defesa de Geisy apresentará amanhã uma medida judicial contra a expulsão da aluna, para que ela seja reintegrada ao quadro da faculdade.
Segundo notificação da Uniban, a decisão de expulsar Geisy foi tomada após uma sindicância interna, que atribuiu a culpa pelo tumulto às atitudes da estudante, que teria desfilado pelos corredores, tirado fotos e passeado pelas salas de aula.
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