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Vinícius tinha 10 anos e estava na 5ª série: terça-feira tinha sido seu último dia de aula antes das férias | Arquivo pessoal
Vinícius tinha 10 anos e estava na 5ª série: terça-feira tinha sido seu último dia de aula antes das férias| Foto: Arquivo pessoal

Moradores pedem lombadas e sinalização

Embora a morte do menino Vinícius Eduardo da Silva Andrade não tenha sido causada por excesso de velocidade, moradores da região reclamam de falta de sinalização, lombadas e monitoramento na Rua Professor Narciso Mendes, no bairro Xaxim, onde o menino foi atropelado na terça-feira.

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"Estamos de luto." Esse foi o aviso encontrado ontem por pais e alunos da Escola Estadual Professor Narciso Mendes, no bairro Xaxim, em Curitiba. As aulas foram suspensas por orientação do Núcleo Regional de Educação até sexta-feira por causa da morte do garoto Vinícius Eduardo da Silva Andrade, 10 anos, atropelado na terça-feira na frente do colégio. O caso trouxe à tona a reivindicação de moradores para aumentar a segurança na via.

Vinícius foi atropelado pela van que o levaria de volta para casa, no final da tarde, logo após o fim das aulas. Pessoas que presenciaram o acidente contam que ele escorregou atrás do veículo en­­­quanto o motorista fazia uma manobra de ré para pegar o outro sentido da via. Enquanto estava caído, o carro passou sobre ele. Houve gritaria dos alunos e os professores procuraram acalmá-los e dispersá-los. O menino já estava morto quando o Siate chegou para socorrê-lo. "O motorista estava bastante abalado. Sentimos que isso foi uma fatalidade", conta a pedagoga Célia Meiri Wiczneski.

O motorista José Eduardo Ferreira responderá por homicídio culposo (não intencional). Ele foi ouvido pela polícia e liberado. "A princípio, parece ser muito mais uma fatalidade do que outra coisa. Ele não agiu com imprudência, nem culpa, nem imperícia", considera o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito. "A van não pode dar a ré na porta de uma escola. Tem criança por todos os lados. Teriam de ter esperado e visto se ele [Vinícius] já tinha embarcado", reclama o tio do garoto, Reginaldo Andrade.

Cirurgias

Filho único, Vinícius sempre teve a saúde debilitada. Nasceu prematuro, aos seis meses de gestação, e passou por três cirurgias em 10 anos de vida – uma delas, cardíaca. Também en­­­frentou episódios de meningite e infecção hospitalar. "Enfren­­tou tudo isso e não ficou com sequela nenhuma. Era um menino superinteligente e esperto. Cresceu forte", lembra Andrade. A família conseguiu doar as córneas do menino.

Os tios contam que o garoto era muito alegre e brincalhão. Gostava de andar de bicicleta, jogar videogame e pescar. "Ele era muito querido por todos. Tinha muitos amigos e muito respeito por todos", diz Reginaldo Pereira da Silva. Em seu perfil, na rede social Orkut, amigos deixaram mensagens de agradecimento e carinho. "Você virou um anjo. O mais bonito que o céu pode ter", escreveu uma amiga.

Na escola, a pedagoga Célia conta que Vinícius era bom aluno, com boas notas e poucas faltas. Uma criança tranquila e com a família presente. Cursava a 5.ª série e estava contente com o começo das férias; ele iria no próximo fim de semana para a casa dos avós, em Maringá, no Noroeste do Paraná. Aquele era o último dia que iria para a escola e tinha aproveitado para se despedir de professores e amigos. "Ele curtiu e viveu intensamente a vida com muita alegria", diz o tio Andrade. O enterro será hoje, às 10 horas, no cemitério Jardim da Saudade 1, no bairro Portão.

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