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Bandeiras manchadas foram colocadas ontem na praia de Copacabana, no Rio, para homenagear os adolescentes mortos na semana passada | Ricardo Moraes/Reuters
Bandeiras manchadas foram colocadas ontem na praia de Copacabana, no Rio, para homenagear os adolescentes mortos na semana passada| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Feridos

Dois meninos continuam em estado grave

Dez crianças atingidas pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, permanecem internadas em seis hospitais do Rio de Janeiro. Segundo o último boletim médico, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde, dois meninos seguem em estado grave. Um deles, de 13 anos, foi baleado no olho direito. O outro, de 14 anos, foi atingido no abdomen e na mão. No sábado, o quadro de uma menina de 12 anos atingida na coluna e na barriga passou a ser estável.

Show do U2

No sábado à noite, a banda inglesa U2 levou às lágrimas parte das 89 mil pessoas que lotaram o estádio do Morumbi para o espetáculo. Durante o show, o grupo homenageou os estudantes mortos no ataque à Escola Municipal Tasso de Oliveira. Os nomes das vítimas foram exibidos no telão e senhores de família empunharam balões iguais a crianças.

Rio de Janeiro - A Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, será reaberta dentro de uma semana, no dia 18, com uma série de atividades idealizadas para estimular a volta dos alunos e dar "cara nova" ao colégio que foi cenário do assassinato de 12 crianças, na última semana. O grande número de estudantes que, traumatizados pelo massacre, se recusam a voltar à escola, é motivo de preocupação de psicólogos e assistentes sociais da prefeitura do Rio encarregados de prestar atendimento aos eles e suas famílias.

Depois de deixar flores na porta do colégio, na tarde de ontem, a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, disse que uma "cerimônia de reinvenção da escola", com alunos, parentes, professores e funcionários, marcará a volta das aulas. As crianças serão estimuladas a montar um mosaico no muro da escola, a escolher as novas cores das paredes e a acompanhar a instalação de um grande aquário.

Cláudia disse que todos os esforços serão feitos para manter as crianças na escola. Nos casos excepcionais, em que as crianças rejeitem a volta à Tasso da Silveira, a secretaria vai providenciar a transferência para outra unidade da rede municipal. "Não vamos incentivar que as crianças saiam da escola. É importante a criança retornar e ver que aquele é o lugar onde ela foi feliz", disse a secretária.

Segundo Cláudia, ainda não foi decidido como será aproveitado o espaço ocupado pelas salas de aula onde o atirador, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da escola, fez os disparos. Hoje, a Tasso da Silveira será liberada pela polícia e passará por uma limpeza e pintura superficial dos locais mais manchados de sangue. Na semana que vem, começará a pintura geral da escola.

Atendimento

De amanhã até sexta-feira, professores e alunos receberão, na própria escola, atendimento psicológico, a fim de aprenderem a lidar com o trauma e também se prepararem para a volta dos alunos às aulas.

Durante o fim de semana, funcionários de várias secretarias municipais visitaram casas das vítimas e de alunos que estavam na escola no momento do massacre. "A maioria dos alunos tem dito que não quer voltar à escola, mas não são todos. As reações são muito diferentes", contou a assistente social Simone de Souza Pires, coordenadora do atendimento. Ela diz que há crianças e adultos que apresentam sintomas de estresse pós-traumático, como tremedeiras, dores de barriga, insônia, medo de sair às ruas e resistência a ter qualquer tipo de notícia sobre a tragédia.

Homenagem

Penduradas em varais nas areias de Copacabana, bandeiras do Brasil manchadas com tinta vermelha chamaram a atenção de quem passou pela orla na tarde de ontem. No ato público, integrantes da ONG Rio de Paz homenagearam as vítimas do massacre em Realengo e expressaram solidariedade às famílias das crianças assassinadas. "Temos que encontrar uma forma de dizer para essas famílias: sentimos a sua dor", disse em sua página na internet o presidente da ONG, Antônio Carlos Costa.

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