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Alunos da Fundação Dorina Nowill tiveram uma experiência sensorial na fábrica do Grupo Boticário | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Alunos da Fundação Dorina Nowill tiveram uma experiência sensorial na fábrica do Grupo Boticário| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Mercado de trabalho

O Brasil é um dos líderes do mercado de perfume. Foi por causa disso que a especialista Renata Ashcar criou o curso de Avaliação Olfativa para cegos na Fundação Dorina Nowill. "A ideia foi criar um curso para as pessoas com deficiência visual aproveitarem essa posição do país", comenta.

O curso foi lançado há três anos. Até agora, segundo Renata, 16 pessoas se formaram e 10 delas já estão no mercado de trabalho. "Quando eles são contratados por uma empresa, é uma felicidade geral. Isso muda a vida deles", relata.

Além dos alunos da fundação, o publicitário Ivan Kühl, 31 anos, funcionário do Grupo Boticário, também participou da visita. Deficiente visual lotado no setor de relações institucionais, ele diz que a empresa fez adaptações para a sua condição. "O meu computador, por exemplo, tem sistema de voz. Então tudo que aparece na tela eu ouço", conta.

Sete alunos com deficiência visual do curso de Avaliação Olfativa da Fundação Dorina Nowill tiveram uma experiência sensorial nesta quarta-feira (17). Eles visitaram a fábrica do Grupo Boticário, em São José dos Pinhais, e puderam acompanhar todo o processo de produção de perfumes.

VÍDEO: veja como foi a visita dos alunos à fábrica

Na visita, eles tocaram nos equipamentos, sentiram as fragrâncias dos perfumes e das matérias-primas e ouviram os barulhos da indústria. A primeira parada do grupo foi no "berçário", nome dado ao local onde os brotos das flores -- que vêm de Holambra, no interior de São Paulo -- descansam.

"Eles levam de 10 a 15 dias para desabrochar", conta o coordenador de fragrâncias César Veiga. Cada 3 toneladas de flores gera um quilo do óleo essencial, um dos principais componentes do perfume. "Uma gota dele já é suficiente para a composição do produto e inclusive é capaz de deixar uma casa muito cheirosa", brinca Veiga.

Uma das alunas que acompanhou a visita foi Elizabeth Ramos Marcondes, 27 anos. "Eu estou adorando. Nós já fomos a outras empresas, mas nunca tivemos a oportunidade de conhecer o processo todo", conta ela, que tem apenas 10% da visão. Enquanto conversava com a reportagem, ela cheirava e sentia a textura de um lírio utilizado na produção.

Processo

Logo depois do berçário, as flores passam pelo enflourage, processo em que são colocadas sobre uma placa de vidro com gordura, que fica impregnada com o óleo da planta. A gordura, depois de sair do berçário, é enviada para a sala de separação, onde é desassociada do óleo por meio de um aparelho. Na última parte do processo, o óleo passa por um filtro para perder todos os resquícios de gordura e vai para a refrigeração e para a fábrica.

Além de acompanhar o processo de enflourage, os alunos também conheceram a fábrica. Uma das paradas foi o local onde é produzido o perfume Coffee Man. Eles também tiveram uma palestra sobre marketing de produto e tendências do setor de perfume.

Alunos com problemas visuais visitam fábrica do Boticário

Os deficientes visuais convidados estudam para ser perfumista. Na fábrica, entraram em um berçário de lírios, onde o florescer exala um perfume inigualável. As pétalas mais tarde emprestam o cheiro para os óleos de essência da marca.

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