A Unesp irá instaurar uma comissão para investigar os envolvidos em uma confraternização de recepção de calouros do curso de medicina. Na festa, que ocorreu no início do mês, estudantes do sexto ano da faculdade se fantasiaram com roupas semelhantes à da seita racista Ku Klux Klan para receber os novos alunos.
Nas imagens divulgadas recentemente nas redes sociais por grupos de combate ao trote violento os novatos aparecem ajoelhados diante dos veteranos, que estão vestidos com roupa e capuz parecidos com o da organização. Em nota, a 48.ª turma de Medicina da universidade argumentou que as fotos foram veiculadas sem contexto e que a fantasia fazia referência a um “carrasco”— tema escolhido pelos formandos deste ano para receber os estudantes do primeiro período— e que “em nenhum momento houve qualquer prática preconceituosa, que estimulasse o racismo, homofobia, preconceito religioso ou corroborasse ideias de qualquer seita de caráter opressor.”
Apesar da justificativa, a Unesp informou que a comissão irá levantar informações sobre a veracidade dos fatos e buscará nomes, datas e horários “que possam resultar em provas substanciais”. De acordo com a instituição, caso fique comprovada a existência de infração ao Regimento Geral da Unesp será aberta uma sindicância.
No Facebook, a Rede de Proteção às Vítimas de Violência nas Universidades afirmou em sua página que “é urgente repensar o currículo desses cursos, bem como a forma de acesso”.
A Ku Klux Klan é um organização racista que nasceu nos Estados Unidos no século XIX. A seita ficou conhecida por perseguir negros e seus defensores. Recentemente, uma facção da seita reuniu fundos para dar um prêmio ao policial americano que assassinou o jovem negro Michael Brown, em Ferguson, no Missouri.
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