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Graciane e o filho Everton, que está sem aulas de educação física em Maringá. | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Graciane e o filho Everton, que está sem aulas de educação física em Maringá.| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Alunos das séries iniciais do ensino fundamental estão sem professores de educação física em escolas municipais de três das principais cidades do interior do Paraná. Alguns estudantes estão até sem aula. Em Maringá, no Noroeste do estado, todos os alunos do 1º ano ficaram sem professores em 2008. Em Londrina, no Norte, não há quadro suficiente, e em Cascavel, no Oeste, há apenas 20 professores para um quadro de 19 mil alunos.

Mesmo com a não obrigatoriedade de um professor formado em educação física, todas as secretarias municipais de Educação afirmam que a presença de um profissional qualificado é indispensável. De acordo com as secretarias, é nesta fase que a criança desenvolve a psicomotrocidade e o processo cognitivo.

Segundo a Secretaria de Educação de Maringá, 100% das turmas de 1º ano ficaram sem professores em 2008. Neste ano, das 42 escolas municipais, nove estão sem docentes suficientes. Isso representa cerca de 1,5 mil dos 16 mil alunos.

O professor Ricardo Henrique Bim conta que na Escola Municipal Maestro Aniceto Matti todas as turmas de 1º ano estão sem aulas – cerca de 100 dos 550 alunos. "O número de alunos aumentou nas séries iniciais, em razão do ensino de 9 anos, mas esse acréscimo já era previsto e os órgãos públicos poderiam ter se preparado", afirma. "Esse problema vai ser resolvido até julho", garante a diretora da escola, Ana Paula Maioque Jorge. O mesmo problema ocorre na Escola Municipal Octávio Periotto, segundo o professor Marcos de Mello. "A Secretaria de Educação está tentando contornar a situação com educadores que tenham possibilidade de dobrar as horas-aula semanais", diz.

A coordenadora pedagógica de Educação Física da prefeitura de Maringá, Débora Gomes, diz que tudo deverá estar normalizado ainda no segundo semestre. "Já temos um quadro bom de professores especializados, porém, não supre a necessidade. Vamos fazer concurso. Precisamos de mais nove docentes." Ela admite que algumas turmas não estão tendo aulas. "Existem docentes que não têm experiência nenhuma na área e acabam não dando aulas."

Graciane Monteiro, mãe de Everton, aluno do Maestro Aniceto Matti, não aceita a falta de professor. "Pagamos impostos para que nossos filhos tenham todas as aulas com pessoas qualificadas", ressalta.

A situação é a mesma em Londrina. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, dos 36 mil alunos do ensino fundamental, 4,5 mil estão sem professores. Em algumas turmas não há aulas. "Alguns alunos têm aulas recreativas com docentes de outras disciplinas, mas os profissionais dão ênfase a jogos e outras atividades que estão dentro do conhecimento de suas atividades. Contamos com a boa vontade desses educadores", afirma a secretária, Maria Inês Galvão de Mello. De acordo ela, seria necessário contratar 150 professores. "Já fizemos o levantamento e repassamos à Secretaria de Gestão Pública, mas ainda não há previsão de quando vão ser abertos concursos", diz.

Em Cascavel, 10% dos quase 19 mil alunos da rede municipal não têm professores. O problema só deverá ser resolvido em 2010, já que o concurso público está previsto para outubro deste ano. Enquanto isso, professores de sala e estagiários do curso de educação física estão dando as aulas.

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