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Cento e quarenta e sete alunos da 8.ª série do Colégio Estadual Júlia Wanderley, no bairro Batel, em Curitiba, estão sem aulas de Matemática há quase um mês. A denúncia partiu de pais de estudantes que se preparam para fazer o teste seletivo do ensino médio no Colégio Estadual do Paraná, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o antigo Cefet, e na Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná.

A professora de Matemática das quatro turmas de 8.ª série da escola se afastou, no início do segundo semestre letivo, para fazer uma cirurgia. Até ontem, porém, não havia um professor substituto. A Secretaria Estadual de Educação (Seed) informou que as aulas serão retomadas hoje, por um professor temporário. Segundo a Seed, as aulas perdidas serão repostas no contraturno (os alunos estudam de manhã e a reposição será à tarde). Ainda segundo a secretaria, a falta de professor se manteve por três semanas porque não havia interessados em assumir as aulas por 30 dias – tempo da licença médica. Já a direção do colégio informou que os alunos receberam atividades curriculares durante a licença da professora.

De acordo com o diretor-geral do Júlia Wanderley, Josias Fagundes, os alunos não ficaram ociosos no período. "O colégio tem uma carta na manga para as situações de emergência", contou. "Tivemos atividades, mas é claro que não há condições de ficar o tempo todo na sala de aula", afirmou o diretor.

Um aluno entrevistado pela reportagem, que pediu para não ter divulgado o seu nome, informou que os estudantes estão sem aulas de Matemática desde o dia 24 de julho. "Nesse período tivemos apenas uma aula de geometria e outra com exercícios. E depois a gente tinha aula vaga. Ou ficava jogando futebol ou podia fazer o que quisesse", contou.

O estudante disse ainda que cerca de 25 alunos que fazem cursinho para a seleção do (antigo) Cefet não podem voltar à tarde para a escola. "Não temos condições de fazer a reposição", disse o estudante.

A Associação de Pais e Mestres (APM) não sabia que a 8.ª série ficou quase um mês sem aulas de Matemática. O tesoureiro da entidade, Júlio Fragoso, ficou surpreso com a notícia. "A APM ainda não foi procurada. Tivemos reunião ontem (terça-feira) e nada foi comentado. Na reunião de amanhã (hoje) vou cobrar o que está acontecendo. Mas não é comum faltar professor aqui", disse Fragoso.

Substituição

A demora para substituir professores não é um problema apenas do Colégio Júlia Wanderley. Segundo o diretor Fagundes, isso ocorre porque há poucos substitutos nas áreas de Matemática, Inglês, Português e Artes. "A situação é a mesma para os professores do Ciclo Básico de Alfabetização, que trabalham de 1.ª a 4.ª série na rede estadual", contou. Ele explicou que nos casos de licença médica a vaga é aberta pelo colégio e o Núcleo de Educação indica os professores.

O Colégio Estadual Júlia Wanderley tem cerca de 1,5 mil alunos (manhã, tarde e noite), oferecendo o ensino fundamental (de 1.ª a 8.ª série) durante o dia, e ensino médio e um curso de Turismo à noite.

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