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Cerca de 200 alunos e representantes de escolas estaduais de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, fizeram um protesto ontem em frente da Escola Estadual Anita Canet, pedindo mais segurança. Segundo os manifestantes, a presença de gangues na região provoca brigas constantes dentro e fora da escola. Dois alunos da escola foram assassinados neste ano nas imediações do colégio. Na semana passada, a mãe de uma aluna da 5.ª série teria entrado no colégio e agredido uma colega da filha, por causa de constantes brigas entre as meninas.

"A violência entre os alunos chegou a um ponto em que os pais querem fazer justiça por conta própria", diz o diretor da Escola Anita Canet, Almir Rogério Bezerra. Foi episódio de violência envolvendo a mãe de uma estudante, afirma Bezerra, que originou a manifestação. "Fizemos uma reunião interna, na quinta-feira, e decidimos promover um protesto para chamar a atenção das autoridades. Não é só uma questão de colocar mais patrulhas na redondeza. É um problema social, faltam projetos que envolvam os alunos e espaços para lazer", reclama o diretor.

A escola, que tem 1.600 alunos de 5.ª a 8.ª série e ensino médio e profissionalizante, tem um pátio de areia improvisado, em um barranco onde não há muretas de proteção. "Os estudantes não têm um local adequado para ficar, nem seguro", diz o diretor-auxiliar da escola, Daniel Markowicz. A maior reclamação, no entanto, é em relação à falta de um muro no fundo do colégio, que tem divisa com um matagal. "A área, por não ser fechada, se transformou em uma boca de fumo. Alunos e pessoas de fora vão ali para se drogar, porque se chega a polícia é só correr para o meio do mato", diz Bezerra.

De acordo com a diretoria da escola, a construção do muro nos fundos do colégio está protocolada há três anos no Fundepar, sem providências concretas para a construção. A Fundepar, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação, informou que a Secretaria de Obras já esteve no local verificando o terreno e que a solicitação da obra vem seguindo os trâmites formais.

A maioria dos participantes do protesto eram crianças e jovens estudantes da escola. Entre os poucos adultos, havia professores e diretores de outras escolas de rede estadual no município e alguns pais. No carro-de-som estacionado em frente da escola, pelo menos cinco diretores de escolas e três vereadores do município fizeram discursos sobre a falta de recursos para a educação e necessidade de combate à violência.

A dona de casa Roseli de Fátima Silva Rosa, de 38 anos, que tem dois filhos no colégio, reclamou da falta de participação da comunidade. "Poucos pais participam. Eles reclamam, mas não vêm apoiar a manifestação", diz. A estudante Franciele Engels Adami, de 14 anos, justifica: "Nem os alunos sabiam que ia ter manifestação. Só fomos avisados hoje [ontem]". O diretor da escola confirma que não houve convocação. "Os alunos da manhã só foram avisados na última hora. Se chamássemos antes, os pais nem mandariam os alunos para a escola", afirma.

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