Carregando roupas até em um carrinho de mão, estudantes da escola Fernão Dias se preparam para desocupar a escola, que se tornou símbolo do movimento contra a reorganização escolar. Às 18h desta segunda (4), os alunos recolhiam roupas e colchões das salas enquanto gritam palavras de ordem no interior da unidade.
“Estamos deixando a escola, mas não estamos deixando a luta”, diz o aluno Heudes Oliveira, 18. Segundo ele, se o governo propuser a reorganização novamente em 2016, as escolas podem voltar a ser ocupadas.
A Fernão Dias Paes foi a segunda a ser ocupada no Estado, no dia 10 de novembro de 2015, pouco depois da escola estadual Diadema (Grande SP). No total, 196 escolas foram ocupadas. Hoje, há seis.
No interior da escola, há uma pilha de roupas de alunos que ocuparam a unidade e de “achados e perdidos”. “O que sobrar, vamos doar”, diz o estudante Chico Braga, 16, que é de outra escola, mas prestou apoio à Fernão Dias.
Protestos
Os alunos protestavam contra a medida da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fecharia 92 unidades de ensino e transferiria 311 mil alunos. Segundo o governo, há escolas ociosas, com menos alunos do que sua capacidade.
As ocupações e protestos nas ruas fizeram com que Alckmin suspendesse a mudança, o que resultou também na saída do então secretário de Educação Herman Voorwald.
Apesar do recuo, parte das ocupações foram mantidas. Os alunos pediam a revogação definitiva do plano, e não apenas sua suspensão.
Alunos de escolas ocupadas passaram o Natal e o Ano Novo nas unidades. Na Fernão Dias, alunos fizeram uma ceia em volta de uma fogueira no pátio do colégio. Heudes Oliveira diz esperar que outras reivindicações sejam atendidas. Entre elas, a retomada de uma oficina de teatro que havia aos sábados na escola.
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