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Palácio Iguaçu

Tucano diz que não competirá com irmão

Alvaro Dias antecipou ontem que não irá concorrer ao governo do estado contra o irmão, o também senador Osmar Dias (PDT), em 2010.

"É algo que não pretendo, não desejo. E acho que ele também não. Devemos estar juntos, mesmo em partidos diferentes e não sabendo se a legislação irá permitir nossa coligação", explica.

A principal dificuldade para uma aliança, segundo ele, será legal. "Acho difícil que o PDT e o PSDB possam estar juntos, já que eles estão na base de apoio do governo Lula e nós somos oposição." Alvaro tentou desmentir boatos de um afastamento do irmão – com quem não fala, nem por telefone, desde o ano passado – e, por conseqüência, uma aproximação ao governador Roberto Requião (PMDB).

O senador garantiu que continua na oposição a Requião, mas que pretende atuar apenas nas críticas em relação a ações de governo – e não pessoais. Ele promete se concentrar na oposição ao presidente Lula, deixando a atuação no estado em segundo plano. (AG)

Brasília – Após quatro meses afastado sob licença médica, Alvaro Dias (PSDB) reassume hoje a vaga no Senado no auge da crise envolvendo o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O representante paranaense segue a linha da oposição, que defende o afastamento do colega, e promete agir com propostas para amenizar o desgaste da instituição. A principal delas é um projeto de reduzir de dois para três o número de senadores eleitos por estado.

"Venho batendo nessa tecla há oito anos. Temos que cortar na própria carne para recuperar a confiança da população", disse. Alvaro se espelha no modelo norte-americano, que tem dois senadores por estado. Ele passou parte da recuperação de uma cirurgia no joelho direito estudando na Universidade de San Diego, nos Estados Unidos. No período, foi substituído pelo suplente Wilson Matos (PSDB), que teve atuação parlamentar discreta.

O senador diz que a proposta de redução pode ser discutida, apesar do fracasso do andamento da reforma política na Câmara dos Deputados. Segundo ele, é necessário que todo o sistema seja revisto. "Só não foi até agora porque não houve um interesse real do Poder Executivo."

Outro projeto que será defendido é a mudança no método de julgamento de denúncias de falta de decoro parlamentar. A alteração evitaria constrangimentos como o caso envolvendo Renan Calheiros, investigado há dois meses pela acusação de ter despesas pessoais pagas pela construtora Mendes Júnior. "As ações devem ser sumárias, rápidas. A lentidão dos procedimentos provoca um desgaste desnecessário à instituição. É o que vem acontecendo com essa novela cheia de capítulos."

Alvaro é o representante da oposição com o cargo mais elevado na Mesa Diretora do Senado. É o segundo vice-presidente. Ele prefere não comentar uma possível escalada com o afastamento de Renan.

Apesar disso, admite que gostaria de ser candidato à presidência do Senado.

"Se a oposição indicasse meu nome, eu aceitaria. Mas certamente não o fará, principalmente pelo meu estilo de atuação até aqui, pela agressividade com que eu conduzo o meu mandato."

Sobre a crise aérea, o senador promete retomar um projeto de lei apresentado por ele em 2000. Segundo a proposta, ficaria obrigatória a publicação em diário oficial de todos os dados contidos nas caixas-pretas de aviões acidentados. O prazo para a divulgação seria de 15 dias, a partir da leitura oficial das informações pelas autoridades competentes.

Alvaro explica que a proposta foi inicialmente aprovada sem dificuldades no Senado, mas foi barrada na Câmara dos Deputados. "É algo atual, que traz mais respeitos às famílias das vítimas, como nesse caso da TAM", explica.

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