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Cerca de 60 presos se rebelaram ontem, em Piraquara, pedindo mais segurança | Henry Mileo/ Gazeta do Povo
Cerca de 60 presos se rebelaram ontem, em Piraquara, pedindo mais segurança| Foto: Henry Mileo/ Gazeta do Povo

As negociações entre autoridades e cerca de 60 presos rebelados na Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II) foram suspensas por volta das 21 horas de ontem. A Polícia Militar (PM) e a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) confirmaram que o principal motivo do motim é o medo que os presos rebelados têm de detentos de uma facção rival. Ao longo das conversas, os amotinados chegaram a pedir a construção de um muro para dividir a PEP II ao meio. Dois agentes penitenciários estão como reféns.

Outros pontos de reivindicações dos presos envolvem melhorias dentro da penitenciária. Eles reclamam de falta de colchões e de alimentação de má qualidade.

A reportagem da Gazeta do Povo apurou que dentro do presídio ocorre uma troca constante de ameaças entre detentos da PEP II. O motim de ontem tem ligação com o último ocorrido entre sexta-feira e sábado. No fim de semana, os presos rebelados ameaçaram integrantes de uma facção criminosa paulista. Esses detentos formam um grupo de oposição à facção. Após as transferências ocorridas no sábado, integrantes da facção paulista – que domina os presídios – revidaram as ameaças de forma ostensiva. Com medo, o grupo que ficou naquela galeria voltou a se rebelar pedindo mais segurança. Eles detiveram dois agentes no momento da entrega do café da manhã e os mantêm como reféns.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informou que o movimento ocorre no terceiro bloco da penitenciária, o mesmo onde ocorreu a última rebelião na unidade. Desta vez, o motim, que toma conta das galerias 9 e 10, começou na hora da entrega do café da manhã, na 9.ª galeria.

O motim deflagrado ontem é o 20.º registrado nas penitenciárias do Paraná em 2014. A revolta mais violenta ocorreu no fim do mês passado, na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), que terminou com cinco presos mortos. Entre domingo e segunda-feira, os diretores das unidades do estado e o governo se reuniram para discutir medidas para acabar com os episódios, mas não quiseram divulgar nada por motivos de segurança.

Superlotação

Com 1.108 vagas, a PEP II tem atualmente 1.037 detentos, segundo sistema de contagem da Seju. Apesar de os números não apresentarem superlotação, o Sindarspen afirma que esta é mais uma unidade que sofre com falta de vagas.

Conforme o sindicato, a capacidade inicial da penitenciária era de 960 vagas, quantidade que foi aumentada com a publicação de uma resolução em 2013.

Questionada sobre o fato, a Seju reiterou que a PEP II não apresenta problemas de superlotação. De acordo com a secretaria, não foram feitas readequações nas celas comuns que já possuíam mais de um preso, e sim nas celas de isolamento, onde apenas uma pessoa fica detida.

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